O Suplício de Tântalo


Tântalo era um completo idiota. Rei da Frígia e filho de Zeus, ele era casado com Dione (filha de Atlas, que carregava o peso do mundo nos ombros – história pra outro dia). Meio “rei do camarote” ele era bem vindo no Olimpo e único mortal presente nos banquetes dos deuses.
Só que ele queria mais. Em filosofia, quando você faz uma merda assim, dá um passo maior que a perna, faz uma “desmedida” é chamada de hybris. Pois a hybris de Tântalo foi caprichada; ele contou aos mortais segredos dos deuses que ouvira no Olimpo; roubou néctar e ambrosia (que eram alimentos que garantiam a imortalidade e ele achava que funcionariam pra ele fora do Olimpo, que não aconteceu) e não contente, para desafiar o conhecimento infinito dos deuses sobre as coisas, os convidou para um jantar onde serviu o próprio filho esquartejado. Só Deméter comeu (ela andava naquela fase deprê enquanto ainda estava procurando a Perséfone e estava meio lesada).
Zeus, furioso, devolve a vida ao menino e Tântalo é condenado à sede e fome eternas. Ele passa a eternidade na água, sem poder bebê-la e com galhos de frutos maravilhosos pendendo sob sua cabeça. Os frutos somem assim que ele tenta alcançá-los.
É interessante imaginar a eterna insatisfação quando vivemos um mundo hedonista e imediatista. Tá bom que com a pandemia, as coisas estão diferentes, mas em suma é assim que somos. Só que o condenado foi só ele, a gente pode escolher.
Quanto a gente tem, não reconhece e ainda arrisca tudo querendo mais?? 

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