Medusa Team
Medusa conseguiu a aparência que relacionamos a ela (serpentes nos cabelos e olhar petrificante) quando foi violentada por Posseidon no templo de Atena que - não podendo punir o tio, castigou a menina. E só a menina.
Atena não ouviu e não acreditou, possivelmente nem deu chance para que a Medusa se defendesse. Posseidon era um idiota selvagem e ela foi vítima dessa selvageria, da própria beleza, da impotência de uma mulher sozinha e da fúria de outra mulher, igualmente só – mas poderosa.
Medusa foi decapitada por Perseu, com a ajuda das Gréias e das Náiades (forçadas, mas sem elas, ele não teria chegado nem na metade do caminho), e de Hermes, Hades e Atena. Absolutamente desigual.
Há muitas interpretações psicoógicas desse mito. Uma delas diz que a Medusa reflete a culpa que as pessoas trazem em si, que o reconhecimento das próprias faltas, essa consciência é que petrifica a gente. Procede. Até a origem da palavra grega Medusa vem de algo como “assumir com autoridade as medidas apropriadas”. Aqui, mais uma vez, ela é instrumento, ela é usada como desculpa pro que acontece com a gente, com o que não é – nem de longe – responsabilidade dela.
E a teoria sobre o escudo de Perseu, que venceu a morte nos olhos com a reflexão; dizendo que a juventude aprende a refletir e mata o medo que paralisa.
Do pescoço cortado dela, nasceu Pégaso (o cavalo alado – ela estava grávida de Posseidon, deus dos mares, dos terremotos e dos cavalos) e o gigante Crisaor. De suas veias saia um veneno mortal (da esquerda) e um remédio capaz de ressuscitar os mortos (da direita).
Eu não gosto das imagens de sofrimento dela, principalmente a do Caravaggio. Ali tinha dor, mas tinha força. Tinha um pouco de cada mulher que não é ouvida e que se perde em sua própria história. Prefiro essa imagem que eu escolhi hoje, que mostra ela muito maior que Perseu.
Ave Medusa.
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