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Mostrando postagens de 2007

Egydio Noel

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Me acabei nas compras de natal, e elas, é claro, acabaram comigo. Eu tenho um problema sério com meus filhos: durante o ano, não sou de ficar dando presente por nada, fora de datas (salvo quando meu realmente não resisto). Mas no natal é fo-da... saio comprando tudo que eles pediram e mais o que eu acho que eles vão gostar. Hahaha Eu adoro o natal. Fico no maior bom humor, mas choro com as propagandas da Coca-cola. Quando eu era pequena, a gente tinha bastaaaaaante dinheiro, mas não tinha essa cultura maluca de consumo que temos hoje (eu, principalmente). Daí o mais divertido era ver o que meu pai daria pra minha mãe, que variava de um carro embrulhado pra presente a uma coleção de perfumes franceses escondidos numa caixa do tamanho de uma máquina de lavar cheia de papel picado. Meu pai é o cara mais bem humorado do mundo e tem as três filhas mais ciumentas da face da terra; e ele se diverte com isso, acha que "as meninas" são assim mesmo (uma de 41, outra de 42 e a mais velh

Fechando para balanço 1.

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Minha entrevista pro Retina POP em junho deste ano: Causando comoção Elaine Gomes, editora EU SOU ...Assim mesmo. Se não gostou de mim na hora, pode desistir de gostar depois! SE NÃO FOSSE EDITORA SERIA... Escritora, que é o que eu gostaria imensamente de ter tempo (e assunto) pra ser. Na pior das hipóteses uma estrela de rock comedora de cabeças de morcego também seria uma pedida interessante... MEU SONHO DE CONSUMO É ...Morar no Alasca. Num chalé de madeira com toda a tecnologia a meu serviço. MEU PRIMEIRO BEIJO FOI ...Um fiasco! Eu tinha um namorado super bonitinho (era repetente - eu sempre gostei de homem influente), um dos únicos brasileiros da sala. A gente mentiu pra classe que já tinha se beijado pra pararem de atormentar com esse assunto. Um dia a gente tava fazendo hora na porta do colégio na hora da saída e acabamos nos beijando mesmo pra largarem do nosso pé... Motivo besta né? O primeiro não foi lá essas coisas, que o nervoso atrapalha, mas os seguintes foram óóótemos. T

As últimas nuvens azuis no céu da alameda principal.

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Passei di-re-to. Eu resolvi, há algum tempo, que me ma-to se ficar de exame de alguma coisa. Faço questão de terminar o curso sem ter feito um único exame (que é moleza o negócio ali, todo mundo sabe). Isso é o mínimo de esforço naquele mar de boquinhas... Depois das notas que eu vi os livros reportagem receberem, tava pra lá de desanimada. Pelo amor de Deus, qualquer livro meia boca tira dez? E o povo vê aquele mar de dez e acha que é mérito do trabalho, e não generosidade do professor que sabe que não formou a turma como poderia ou deveria, sei lá... Eu vou ter que tirar QUINZE com mérito, ou já vou fazendo um trabalhinho bem medíocre sobre qualquer coisa (uma única visão, sem aprofundamento) e pronto. Mas to feliz da vida e não vou pensar nisso agora. Estou num bom humor insuportável. Tirei um dez redondo bem na matéria da Marcia Detoni (teorias do jornalismo) que é notória por sua pouca generosidade nas notas... ali não tem moleza, ela deixa de exame por uma merreca. De estatística

O mundo, decididamente, tem salvação.

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"O corpo de Bombeiros resgatou nesta sexta-feira um bem-te-vi que ficou preso na linha de uma pipa em cima de uma árvore localizada na Alameda Santos, na Consolação, em São Paulo. Uma viatura com escada foi utilizada para chegar ao pássaro. O bem-te-vi teve ferimentos leves e teria sido encaminhado para tratamento por um morador da região. " Portal Terra. Nem vou dizer mais nada, que nem precisa. Se o Caio fosse PM (coisa que ele jamais seria, estamos no campo das hipóteses) ele seria bombeiro, com toda certeza. beijos

Desconserto

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Três meses. É tempo demais. Eu continuo envelhecendo um ano por dia. E os dias não esperam que ele me procure, não esperam por mim e não me trazem nada de bom. Essa chuva me machuca, mas não me adoece, não sou capaz de adoecer ainda mais. O frio já se viu bem recebido e sabe que está em boa companhia. Esta rua maldita, cheia de poças, buracos, remorsos, sujeira, desejos e perguntas. Perdi a vontade, a vergonha e os sentidos há tantos silêncios, que nem sou capaz de lembrar quando. Os faróis me iluminam como se eu fizesse parte desse muro molhado horrível. Por algum tempo, tive vergonha de seguir minha vida sem ele, de me saber sem ele e de me saberem completamente sem ele. Como algo pode ser completo sem ele? A vida em preto e branco, o frio, o cigarro e a dor. O alto do prédio surge em meio a árvores encharcadas de água da chuva. Eu sorrio ao lembrar o poeta português indagando o quanto da água salgada do mar são lágrimas... se minhas lágrimas fossem doces, e se eu ainda tivesse lágri
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Tô mesmo precisando de férias. Ando me incomodando com as mesmas coisas, e falando as mesmas coisas. O Brasil ficou em zilhonézimo lugar numa avaliação de desempenho estudantil, e eu me surpreendo e me enfureço com isso. Como se não visse todo o santo dia na sala de aula, o nível dos estudantes universitários (salvo raríssimas exceções e o pessoal do PROUNI, que é maravilhosa) muuuito abaixo da linha do aceitável. E não é só preparo, é educação e escala de prioridades. Vivo me perguntando o que eu tô fazendo alí... Tô cheia de livros bacanas pra ler e fico estudando teorias idiotas de professores que ensinam aquela manada a pensar com a cabeça deles (professores); isso quando não perdem meu trabalho e me dão uma média medíocre. Na praia eu me vingo, leio seis livros em dez dias. É maravilhoso! Ai Natal, quer fazer o favor de chegar de uma vez? Trabalho até dia 10 e daí vou ver a Reco, a Isa, a Pat, a Pituca, a Gianna e a Leda! bjs cansados. Pontuando: As aulas bem que poderiam ter acab

Mas será o caralho???

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Olha, a gente vê que tá ficando velha de muitas formas. Uma desastrosa é passar delineador na filha e depois passar em você mesma, numa pálpebra não tão lisa como a anterior...hehehe Outra é ter um blog e viver se indignando com a juventude. Eu não tenho cura, sou uma bocó, mas fico maluca vendo as meninas fazendo merda. Tudo hoje na faculdade: Uma garota da minha classe resolveu bater boca com o professor pouco antes da banca por alguma bobagem sem sentido e conseguiu baixar a nota geral do grupo dela (é claro). Ainda ficava resmungando que ele não pode isso, que ele não pode aquilo... O bom e velho problema que esse povo tem com autoridade. Eles simplesmente não engolem alguém poder e eles não. Ai ai. Outra garota fez um livro superbacana com a gente (sem revisão, já que a professora revisou), e depois de impresso, saiu caçando erros da dita revisão e achou um monte. Falei um milhão de vezes pra ela relaxar, que oq estava feito estava feito e que os professores com uma pilha de livr

Enrolando pra não trabalhar...

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Hoje na Folha de São Paulo, tem muita coisa bacana. Primeiro uma coordenadora de escola particular que deu queixa na polícia contra uma aluna de NOVE anos, que a insultou e ameaçou no blog da escola. Daí vem a polícia e a imprensa dizerem que estão desconfiados que a menor tenha sofrido algum abuso por parte da coitada da coordenadora, na inversão de papéis habitual. É de foder. Já que os pais não educam os filhos em casa, pagam as régias mensalidades das escolas particulares e passam abacaxi adiante. Pra coroar, temos um estatuto da criança e do adolescente (que não poderia ter outra sigla que não ECA) pra proteger os monstrinhos. Ano passado, deu um pau no colégio (de freiras - classe média alta) onde meus filhos estudavam , e os seguranças não conseguiram apartar por conta de não poderem encostar nos anjinhos. Francamente... Meu professor de estatística indutiva, que solta os melhores petardos do planeta, disse outro dia que se não fosse o "estatuto de proteção aos animais"

Estuporando a banca.

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Hoje tivemos nossa banca do PIC. Nossa revista ficou bacana e foi superelogiada, mas não finalizamos com a atenção que poderíamos se eu e o Alex não estivéssemos malucos por conta de tanto livro reportagem... Mas deu um orgullho dela!!! Enfim, primeira banca, a classe inteira no corredor, todo mundo mezzo apavorado, mezzo tranqüilo, o de sempre. Três professores formando a tropa de banca, o Trigo e o Edu (dois queridos velhos conhecidos de todos) e a Márcia Detoni, que dá uma aula que não desperta grande interesse na gente (o que é uma puuuta pena, que o assunto é bacana, mas ela parece dominar mais outras áreas) . Enfim, sobrevivemos todos. A classe é grande e são poucas as oportunidades de todos ficarmos juntos e conversarmos. Eu adoro quando isso acontece. Temos de tudo: as Patricinhas (essas são várias) um único Mauricinho (antes assim), os meninos do Lance (os que trabalham e os que são fãs), China e suas chinetes, o pessoal dos pastores, os meninos amigos do Alberto, o Grupinh

Gente infeliz.

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A gente esquece que esse mundo é cheio (repleto, lotado) de gente louca e infeliz. Não que haja motivo pra tanto, e mesmo que houvesse, a gente sabe que as coisas não funcionam assim. Quem não tem motivo inventa, e muitas vezes, quem tem, sublima e toca a vida. Tudo é motivo pra alguém maluco, mal comido, mal dormido e mal pago, se sentir desrespeitado e ficar bradando aos sete ventos que está profundamente ofendido. Esse discurso vem, normalmente, acompanhado da mão no peito e olhar solene. Eu fico vendo esse tipinho pobre de gente e a única coisa que me ocorre é que eles têm tanta vontade de viver a cores, como a gente vive, que tudo que sobra é a montanha de inveja, que vira raiva... e fica nisso. Outra coisa que me ocorre , é que cada um tem seu papel, eles de tentar amarelar nosso filme e nós de deixarmos ou não. Eu vivo ensinando pras crianças que a melhor estratégia (além de mais civilizada, é infalível) é ignorar solenemente, eu sou expert nisso. Melhor tratar com a distância

Tem programa de cotas pra idiotas. Eu sei que tem.

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Será o caralho que a gente é OBRIGADO a dividir espaço nesse mundo com gente burra, feia, pobre e idiota? Não fosse o bastante, e o suficiente ter que dividir a sala de aula com meia dúzia de lavadeiras classe D, semi analfabetas e horrorosas , ainda é preciso trocar palavras com essa gente? Ai socorro, meu catolicismo magnânimo insiste em me abandonar nessas horas de indignação... Os filtros divinos funcionam, mas não como eu gostaria... Hoje estou cruel. Mas é o sincero espelho da verdade. Quem nunca teve vontade de dizer, olhando bem nos olhos de alguma desqualificada que tenta ocupar um lugar próximo ao seu, nesse mundo de oportunidades: Me larga, não enche Você não entende nada E eu não vou te fazer entender... Me encara, de frente É que você nunca quis ver Não vai querer, nem vai ver Meu lado, meu jeito O que eu herdei de minha gente Eu nunca posso perder Me larga, não enche Me deixa viver, me deixa viver Me deixa viver, me deixa viver... Cuidado, oxente! Está no meu querer Poder

Lesma a toda!

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Voltei. Pelo menos estou voltando... hehe Bati todos os recordes possíveis de trabalho em excesso. Revisei 12 livros em 40 dias, foi um inferno. Uns poucos bem escritos por jovens talentosos e cheios de estilo, e o resto de chorar. Enfim, trabalho é trabalho e a gente se dedica da mesma maneira aos bons e às bobagens. Antes disso, brigando com a telefônica, que agora devolveu a linha que tinham retirado sem motivo, e me deixado sem speedy por uma eternidade. A correria foi tamanha, que recebi o exemplar do último Harry Potter (que eu adoooro) muito antes de ir pras livrarias, com capa branca e cartinha de confidenciabilidade (fiquei “me achando”, é claro), mas ainda não abri. Escrevi a resenha da revista sobre a expectativa dos leitores e pronto. Fiz uma propaganda pra UOL, uma bobagem, não queria fazer nem fodendo, mas o cachê era beeem bacana e eu ainda não estou podendo recusar grana assim tão mole! Saiu o número dois da POP – um especial super bacana sobre o Rock Nacional dos anos

Osso duríssimo de roer.

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Não voltei ainda, tô na faculdade. Continuo em litígio armado com a Telefônica. O prazo dessa vez foi dia 10, hahaha (eu contei que hoje quando liguei pela zilhonézima vez pra ver se tinham recebido minha soliciação de compra de outra linha, eles me pediram a escritura aqui de casa? É pra levar essa gente a sério?). Enfim, melhor escrever antes que todos escrevam e não me sobre um único argumento original. TROPA DE ELITE é o máximo. Mal o filme acabou, e eu e o Gregório já estávamos procurando o endereço de inscrições do BOPE pra nos matricular! Não tive pena de um mísero baleado, nem dos estudantes.Tô ficando velha e intolerante. Como alguém banana feito eu pode ser intolerante eu não entendo, mas lavei a alma (e fiquei lembrando do meu amigo Flávio que também deve ter adorado). Tô cansada de ver comissões de direitos humanos pros presos e eu sem defesa. Sou culpada por ter estudado, por morar em casa própria e por ter meu carro e uma ou outra frescura eventual. Se d

O Cavaleiro e os Moinhos.

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Sexta feira fui ver a montagem de Dom Quixote que está em cartaz no Teatro do Shopping Frei Caneca (se eu ainda não disse é um puuuta teatro bacana, com a iluminadora mais linda do universo). Enfim, é uma montagem em cordel super bem feita. Eu acho aquela história muito triste, me devasta aquela necessidade de sonhar pra poder sobreviver. Não sei bem o porquê, mas acho de uma tristeza abissal. Fico na maior melancolia. Essa vidinha Matrix me incomoda e me assusta. A gente achar que controla o incontrolável e que conhece o desconhecido é mesmo de assustar. O mundo é um lugar selvagem,e nós ficamos aqui dando palmadinhas no Rocinante tentando ver se algum de nós sabe o melhor caminho. As páginas seguintes têm seu encanto, têm seu charme, mas têm suas dores. E hoje eu estou meio sem fé...(ai, ainda bem que o Padre Maurício não entra nesse blog!). Ontem foi o dia sem carro. Eu -que sou uma crédula vulnerável e idiota-, não jogo lixo na rua, respeito os velhinhos, não furo rodízio nem fila,

K C2h4

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Eu era maluca pelo Caetano Veloso quando era mais nova, e inventei de escrever o nome dele assim, quando descobri que C2h4 era a fórmula do etano, daí KC2h4 era como eu escrevia Caetano. Nem sei se tá certo, mas o fato é que há uns 25 anos pelo menos, eu escrevo assim. Enfim... dona Canô fez 100 anos e ele foi capa da RollingStone do mês passado ( numa foto que eu adorei e meu amigo Alex odiou). Esse mês tá lá Grazi (bolsa família) na capa, numa foto linda de morrer, vestindo umas poucas pinceladas bem dadas. Eu sempre gosto de ler as cartas dos leitores, que é um termômetro bacana pra saber como o veículo lida com críticas e bajulações em geral. E tava lá uma carta de um fulano querendo registrar seu “espanto" com a RS por ter se rendido a uma capa com o Caetano Veloso e tudo o que ele simboliza (coronelismo e cultura preestabelecida) . Espantada fiquei eu. Quantos anos esse idiota deve ter? 18? Embora eu ache que com essa idade eles já deveriam ter aprendido a pensar antes de

Abominável Mundo Novo.

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Quando eu estava no primeiro colegial no Rio Branco, ganhei uma bolsa (em algum concurso de redação, ou de palpite na vida dos outros – minhas atividades favoritas) pra um Kibutz em Israel. Quase morri de felicidade, mas acabei não indo por conta do pavor que minha mãe tinha dos “boatos de terrorismo” que foram apenas boatos, por pouquíssimo tempo... Tinha acabado de ler um livro sobre o socialismo e achava tudo aquilo maravilhoso. Até porque, como etapa anterior do comunismo, o socialismo tinha mesmo essa função sedutora (que cumpria muitíssimo bem). Um Kibutz, pra mim era o máximo da perfeição. Não havia ideal mais bem concretizado que crianças crescendo juntas, mulheres trabalhando juntas, homens fortes e serenos dispostos ao esforço físico e intelectual. Todos valendo a mesmíssima coisa, todos igualmente valorizados, sem propriedades, sem imperialismo blá blá blá. Meus amigos que foram, mandavam aquelas fotos típicas deles colhendo laranjas... Até hoje me pego sonhando em viver num

Vede o pé do Ypê...

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Não é a primeira vez que eu sento aqui pra escrever sobre uma coisa e escrevo sobre outra completamente diversa. Tencionava escrever sobre o quanto eu gosto de rever alguns filmes e seriados pela sensação nostálgica, pela memória contextual que a gente revive, mas fui atropelada por uma música maravilhosa. Tava aqui agradecendo aos deuses pelo frio úmido e maravilhoso deste começo de noite, e lendo a coluna do Matthew Shirts de hoje. Na coluna, (sobre um percurso de ônibus) ele cita preciosidades dos anos 80, e entre elas um romance do Reinaldo Moraes chamado Tanto Faz . Na hora eu lembrei desse livro, e fui procurar, morrendo de medo de ter emprestado pra algum amigo que não me tivesse devolvido. Mas tava lá (ainda bem que eu não emprestei pra ninguém, vivo perdendo livros que empresto). Enfim, abri o livro (que foi comprado em 1983, na extinta Livraria do Bexiga – que ficava na esquina com o Café Soçaite) e dei de cara com um verso que escrevi na primeira página, de uma canção do Bel

Perversidades, literatura e devaneios

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Muito trabalho. Trabalho pra caralho. Pelo menos meu pé deu uma trégua. A Pat me escreveu dizendo que gota era a doença dos reis. Essa mulher impossível consegue ver alguma coisa boa até nessa gota infernal, ela é o máximo! No meio da trabalheira infernal de hoje ainda tive que apagar hoooras de um incêndio idiota que aconteceu na minha ausência com meu grupo de trabalho na faculdade. Ai que saco, como se a gente não tivesse um mundo de coisas pra fazer e a oposição não desse trabalho o suficiente, ainda tem quem resolva rachar o que até então dava muito certo. Certo até demais pelo visto. Tá bom que são todos novos, mas é de matar. Eu tenho uma paciência inacreditável, mas não vou agüentar outra dessas. Eu não posso fazer nada com quem simplesmente não aprendeu a se relacionar. Eu agüento um pouco, depois canso. Como diria uma amiga minha, isso é pura falta de um bom tanque de roupa pra lavar. Eu tenho o meu, lavo a roupa e minhas mãos... Comprei dois livros, um pra faculdade e outro

Vascolejando o léxico.

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Palavras. A fonte maior. Não fossem elas, e a arte de usar cada uma em um devido lugar e ordem, que graça teria a gente se meter a escrever? Mas há algumas que a gente não pode mais usar. Um autor nosso, mandou um original pra eu revisar, cheio de entidades . Tive que substituir cada uma e mandar uma ressalva ao coitado, pedindo pra esquecer as ditas cujas. Entidade perdeu completamente o significado de pessoa jurídica e de qualidade excepcional, para virar santo baixado em alguma coisa ou alguém. As entidades , antes conceituadas, agora estão condenadas às mesas brancas e terreiros em geral. Irmão e irmã (irmãozinho e irmãzinha) , viraram propriedade dos evangélicos, que se apropriaram não só da palavra mas do sentido. Usurparam até o termo Senhor Jesus ; que hoje remonta diretamente às chatas de saias azul marinho que tentam fazer lavagem cerebral de porta em porta. Ai que raiva. Graças ás legendas e dublagens mal traduzidas, vadiar virou prostituir-se. Minha bisavó tinha uma arara

Páginas de um livro bom.

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Ai a juventude. Eu vivo me surpreendendo, me decepcionando e me encantando com ela. Tem umas coitadinhas que leêm meus arroubos anti babacas juvenis e depois postam graaaandes novidades em seus bloguinhos como se tivessem descoberto a américa. Mas tem as que me encantam. Duas especialmente: a Isa (filha emprestada da Reco) e a Fá (minha sobrinha amada, idolatrada, salve salve)! A Isa foi pra Londres e está apanhando das linhas de ônibus e dos horários do metrô, em contrapartida, já aprendeu a lavar roupa e tá se virando que é uma coisa. A Fá entrou na faculdade em Maringá e está lá sozinha, com sua graninha e seu carro novo! Tão decidida, tão doce, tão forte e tão bebê... tudo ao mesmo tempo. Eu fico aqui pensando o quanto é velha, batida e fora de moda essa conversa de querer a expectativa de vida e as oportunidades da juventude com nossa cabeça madura! Mas que dá vontade, ai isso dá mesmo! Imaginem poder recomeçar, poder escolher de novo, ter outra chance... Hoje um amigo que há qu

He is still in the building!

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A gente sempre lembra onde estava quando recebeu uma notícia importante. Eu estava saindo de casa pra aula de ginástica de solo, e cheguei no clube com a bomba: O Elvis morreu! Pra ser sincera, nem sei quando eu ouvi ou quem gostava do Elvis na minha casa (meus pais eram meio aliens, viviam um pro outro de uma maneira tão maluca que em casa não teve Golpe Militar, nem Festivais, nem Elvis, MDB ou Arena, só os dois... ah e o Roberto Carlos - numa dose tão massacrante que eu não consigo ver graça nele até hoje); mas eu gostava muuuuito. A primeira vez que fui ao cinema sem adultos junto, foi pra ver Elvis não morreu com a Vitória! O cinema tava vazio e nós choramos abraçadas na hora da morte da mãe dele no filme. O homem era uma delícia! Imaginem que naquela época, sem TV, sem porra nenhuma em termos de divulgação de massa, ele foi quem foi, cantando música de negros (que sentavam nos bancos de trás dos ônibus), com aquele rebolado impossível e sem nunca ter feito um único show fora dos

Bonequinha sem teto.

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Tem coisa mais bacana que filme do começo da década de 60, rodado em Nova Iorque? Eu vejo Bonequinha de Luxo e Descalços no Parque milhares de milhões de vezes e adoro cada vez mais. Aquela felicidade urgente das protagonistas, aquele descompromisso e o machismo maravilhoso implícito em “elas são doidinhas, vivem no mundo delas e nós pagamos as contas e resolvemos os problemas, baby”. Ai quem me dera... Eu conheço mulheres que fazem questão de peitar a quebradeira das ondas, eu sou capaz disso, mas prefiro que um príncipe inteligente e gentil faça isso por mim. Que pegue fila no banco, que me defenda dos perigos desse mundo, e que passe a mão na minha cabeça (de vento) e diga que “já passou”! Nem de dirigir eu gosto. Adooro ir esparramada no banco do co-piloto, olhando as casas, os jardins e falando pelos cotovelos, sem ter que prestar atenção à coisas menores como caminho, trânsito e farol. Podia nunca me preocupar em saber quanto foi a conta do restaurante. Isso não faria a menor

Janelas.

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Eu sempre precisei olhar pra alguma coisa bacana. Não preciso de luxo, mas de umas plantinhas pra me refrescarem o espírito. Da janela do meu quarto, vejo a árvore que um passarinho plantou na frente de casa há uns quinze anos e está enorme... se os gatos não estão na floreira, vez ou outra aparece um esquilo ou uma coruja. Uma vez acordei com um passarinho pousado no travesseiro do Caio (que já tinha levantado). Tomei um puuuuta susto (imaginem o passarinho...). No escritório de casa, onde eu passo a maior parte do meu tempo, tenho uma porta de vidro que dá pro corredor do quintal, e um monte de plantas. Como adoro chuva, tenho uma nuvem com pingos pendurada ao lado da tela do computador. Venho trabalhar, abro a porta e já fico feliz da vida. Ai como eu me contento com pouco... mas é assim mesmo. Tenho a mesma sensação de alegria e leveza sempre que chego na faculdade. Parece coisa de gente louca, mas é tudo tão tranqüilo, os professores tão queridos e meus amigos tão perfeitos, que v

Susuca.

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Ela é a menina mais bonita do mundo inteiro. Foi o bebê mais perguntador e com mais dobrinhas que eu já vi. Foi o começo do fim da minha existência hedonista e self centrada. A força do espírito feminino se mostra a cada vez que essa fadona japonesa senta do meu lado pra conversar. E ela conversa, ela canta, ela conta do menino da escola que ela adora (e ele tem só dez anos a menos que ela), se atrapalha e se desatrapalha. Ela faz as caretas mais lindas do mundo e é a criatura mais doce que existe. Ela tá quase indo pra faculdade e dorme com o rosto sobre as mãos, como uma criança. Quer ir morar sozinha, e quer dormir na minha cama. Ela só me chama de mamãe. E eu quero a felicidade dela com tanta força que me falta o ar. Quero que as amigas sejam irmãs (já que eu não arrumei uma irmã pra ela, mas compensei com uma prima perfeita). Que o irmão seja amigo. E que o Ringo nunca mais morra pra ela não sofrer. Quero que ela ria e consiga. Quero que ela consiga e conquiste. Quero ela sempre

Apapú.

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Lançaram o tal Cansei . Reclamaram da elite do Cansei e do que poderia estar por trás dessa iniciativa. Melhor abafar. Neste país organizado e cheio de gente que levanta a bunda da cadeira pra reclamar das coisas, a gente tá mesmo podendo esnobar mobilizações sociais de protesto. Eu não sei como funciona com a cabeça dos outros, mas na minha, se a água usada pra apagar o imenso incêndio brasileiro veio da piscina do Lalau, ou do filtro do Dalai Lama, não faz diferença. A gente apaga a porra do incêndio e depois apura de onde veio a tal água e cuida de onde virão as seguintes. A coisa tá preta demais, foi longe demais é muito fogo. A gente não tá em condição de esnobar nenhuma iniciativa. Eu apoio até escoteiro na rua com um pequinês na coleira reclamando do estado em que chegamos. Mas aparece um babaca dizendo que trabalhador não pode se dar ao luxo de cansar, que pobre não cansa... Cansa sim, meu bem. Mas por conta desse pensamento de "ter coisa mais importante pra fazer" é

Vivendo e aprendendo a jogar.

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Eu tive um namorado que foi hiper determinante na pessoa que aprendi a ser, que cunhei... Metida que sou, com 15 anos resolvi namorar esse fulano que tinha 23, estava na segunda faculdade e era o cara mais sabido que eu já tinha visto na vida... E ele era daqueles que te levava junto, mas não ficava esperando muito não. Eu me matava nas braçadas pra acompanhar o ritmo dele e sem perceber, acabei aprendendo a andar por conta prórpia. Isso é uma coisa que eu nunca vou esquecer. Ele aparecia com Porcos com Asas (isso em 1980), com VHS's do Fassbinder e do Bergman e eu tinha que dar conta de absorver e "entender" tudo. Sem trégua. Era foda, mas foi isso que me salvou de ser medíocre como era o plano inicial... Mesmo ele tendo se revelado um bobão sem coragem pra vida real, que acabou ficando pra trás, o mérito é todo dele. Agora o Bergman morreu e eu achei a única coisa que guardei desse namoro, minhas cópias de Fanny e Alexandre. Esse filme é auto biográfico e é um retrato f

Saneamento já!

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Voltei!!!! Descansei, fui pra casa da minha irmã (que sapateia soberana no meu coração de pedra) namorei passeei, inverti os móveis do salão, troquei a Net pela Sky, pintei uma parede de casa, li e foi tudo! Depois eu verso sobre Campos, sobre o frio, sobre aviões que são derrubados pela incompetência de quem deveria cuidar que eles voassem, e sobre tudo o mais... Fui no cinema ver Saneamento Básico, esperando um filminho bacana, e saí do cinena pasma com tanta bacanura! Sim, meus caros, existe Brasil sem carioquês, sem armas, sem favela e sem sotaques nordestinos. Existe um Brasil simples, onde não faz um puuuta sol e não tem praia. Dá pra sair do eixo obrigatório: pau a pique nordestino, calçadão carioca & trânsito paulistano. Existe um Brasil europeu. Um Brasil lindo de morrer. Eu, que tava de saco cheio de Pan e de “bem amigos” e aquele ranço patriótico wanna be Copa do Mundo... (ai que fiasco) morri de orgulho!!! O Jorge Furtado que fez o filme (depois do Homem que Copiava- q

Saideira...

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Sentei aqui pra escrever um monte de coisas. Queria falar dos católicos, das missas em latim e de um monte de coisas em que andei pensando. Mas acabei de ver as horas e tô super atrasada. Se conseguir uma janela pra escrever durante minhas adoradas férias, eu apareço. De qualquer maneira, ouçam Mika (tu-do) e Amy Winehouse (Rehab, especialmente). Beijos (ai que saco não ter tempo pra escrever o que eu queria.) Dá tempo de dizer que eu to morrendo de saudades da Leda.

O futebol & as mulheres.

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O Daniel Piza tá hoje no Estadão, todo pampeiro explicando o amor dos homens pelo futebol. O Grê joga bola até dormindo e o Caio é fanático. Meu pai nunca ligou, sempre foi um são paulino morno, não lembro de vê-lo assitir um único jogo (que não fosse do Brasil na Copa, mas aí eu via junto - viro técnica entendidíssima de quatro em quatro anos, como a maioria das mulheres). Meus dois avós eram super amigos, mas um era corinthiano (o Badé) e o outro são paulino (Vô Mário). O vô Mário ficou anos na cama após uma sequência de avc's , e a diversão do Badé era dizer pra ele que o São Paulo tinha sido rebaixado pra segundona... Essa fissura do Caio por futebol me bota louca. Quando a gente namorava, vivia pegando o carro nos feriados prolongados e indo até o Paraguai comprar bobagens e brincar de Paris Dakar. A rota mais bacana era atravessar o Paraná por dentro das fazendas que cortam alguns caminhos. Ele parava pra ver pelada de bóia fria, e torcia! Eu achava uma graça (não dimensiona

California Dreaming... (pro Mr.Elias Mansurf)

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Quando era tudo mais leve. Eu ouço falar em jornalismo romântico, fotojornalismo romântico, literatura romântica. O “romântico” remonta à tudo que era feito beeeem antes... Tem alguma ligação com a época em que as coisas eram mais manuais e menos automáticas e instantâneas. Não é preciso mais esperar pra nada. Eu lembro de uma música que gostava há 20 anos, ou que acabei de ouvir numa trilha de filme no cinema, corro pro Kazaa e baixo em minutos. Foto digital...haha, quem lembra de ficar esperando os malditos três dias que demorava a bendita revelação? Máquina não tinha zoom (nem cor), e das 24 chapas, duas ficavam bacanas, mas a gente guardava tu-do! A emoção toda das coisas virou uma ejaculação precoce: Quero...já consegui. Ainda gosto de ficar horas garimpando CD’s nas lojas, mas não é mais pela fissura de ouvir aquela determinada música que te catapulta pra uma circunstância passada super especial. Isso é foda, e é muito difícil de mensurar a falta que a espera fará pras gerações f

O Rei está nu.

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Depois da baixaria que foi a proibição da venda do livro “Roberto Carlos em detalhes”, o autor decidiu enfim recapitular. Não sou especialista em direito autoral estou muuuito longe disso, mas vou pela Liberdade de Imprensa e de Expressão, que não há de ser desdita pelas leis de proteção autoral e violação de privacidade... Não li o livro inteiro, (nem tenho o menor interesse em saber em que armário o Rei guarda suas pernas de pau-embora tenha sabido através de uma fonte quentíssima, que Nice a primeira esposa, escondia as dita cujas, quando achava que ele tava querendo aprontar....) hahaha (nem isso está dito no livro, que surfa sobre essas bobagens). Enfim, não li tudo mesmo, mas dei pra minha mãe no Natal do ano passado e na praia, enquanto eu batalhava ingloriamente contra o tom palmito de minhas pernocas, ela ia me contando sobre o que lia e eu dava umas sapeadas. Livro traz um contexto histórico da música da época que impressiona. Nosso Rei é uma pessoa pública que sempre contou

Porque eu não vou votar no Cristo.

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Porque é ridículo a gente viver mendigando uma migalhinha de papel no script do primeiro mundo. Acho os cariocas meio chatos e o sotaque um porre completo, mas isso não tem a menor relevância na minha argumentação. Tá bom que eu tô puuuta até hoje com aquele show gratuito na praia de Copacabana pra ver os Stones, enquanto a paulistada morria com R$250,00 por cabeça pra ver o U2. Não é questão de qual banda é mais bacana, nem mais relevante, mas essa piadinha de um trabalha e o outro fica na praia, pra mim, já deu... Voltando ao que interessa, alguém vai ter a santa cara de pau de querer equiparar o Cristo Redentor com o Colosso de Rhodes? Ou com a Muralha da China? O Brasil (e os brasileiros) tem que parar de achar o máximo a turistada vir aqui pra pegar menor de idade em Fortaleza ou ver escola de samba (bundas e peitos) ... Enquanto a gente tiver só isso pra oferecer, vai ser isso que a gente vai ter: NADA! Os brasileiros estão em segundo lugar em precocidade na perda da virgindade,