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Mostrando postagens de junho 21, 2020

Hermes

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O mensageiro dos deuses. Filho de Zeus e Maia (uma ninfa que teve que ir dar à luz escondida numa caverna na Arcádia para se esconder da fúria da Hera), ele tinha UM DIA de vida quando fugiu do berço, no caminho encontrou uma tartaruga e a matou – fazendo a primeira lira com seu casco e usando tripas de carneiro para as cordas, em seguida encontrou o rebanho divino de Apolo, roubou 50 vacas e (com um monte de artimanhas, inclusive as tais sandálias aladas que ele usava) evitou que elas deixassem qualquer rastro. Apolo (é claro) descobriu tudo e foi tirar satisfações com Zeus que tentou passar o pano, mas acabou aceitando que o recém-nascido era um prodígio... Mas Hermes era muito esperto e levou todo mundo na conversa com um discurso super eloquente e quando tocou a lira que tinha inventado, acabou convencendo Apolo que a lira valia muito mais que as 50 vacas. No final das contas ele deu a lira pro Apolo, prometeu que nunca mais ia roubar nada dele, Apolo lhe prometeu fama e fortuna

Zeus

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O deus dos deuses, o deus dos céus. O fodão. E o cara não valia nada... Era o filho mais novo de Cronos e Reia (como disse ontem, ele destronou o pai, que engolia os filhos, sabendo que seria derrotado por um deles). Quando escondeu Zeus, Reia o mandou para uma caverna em Creta onde ele foi criado por uma cabra. Há uma versão da história que diz que um exército de deuses inferiores ficava na caverna fazendo barulho pra Cronos não ouvir o choro de Zeus quando era bebê. Em outra, como Cronos era deus do céu, do mar e da terra, Zeus ficava pendurado numa corda presa a uma árvore, de forma que não estivesse nem no céu, nem no mar, nem na terra e Cronos não o achasse. Quando venceram os Titãs, ele dividiu o poder com os irmãos. Poseidon ficou com o mar, Hades com o mundo inferior e ele com o Olimpo e a preeminência sobre os outros deuses e o Universo. Certamente, junto com isso, ele deve ter achado que a mulherada vinha no pacote. Eu me dispus a contar as mulheres dele, mas desisti qu

Prometeu

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Prometeu (Essa história tem muuuitas versões, lembremos que a timeline é minha e eu conto a que eu gosto mais...) Sobrinhos de Cronos, Prometeu (aquele que pensa antes) e seu irmão Epimeteu (aquele que pensa depois) foram incumbidos de criar todos os animais da terra. Epimeteu criou cada animal com suas habilidades e características e quando chegou a vez do homem, só tinha sobrado barro e a criatividade já não estava assim uma Brastemp. Prometeu veio em auxílio do irmão (e da humanidade), moldando e roubando o fogo do céu para entrega-lo ao homem, de forma que ele fosse superior a todos os animais. Acontece que o fogo era exclusividade dos deuses, e Zeus cuidava de restringir o poder dos mortais. Assim, ele castigou a humanidade mandando Pandora como esposa a Epimeteu (que tinha sido avisado por Prometeu a nunca aceitar nada vindo de Zeus. Quem tem irmão mais novo sabe que eles não escutam a gente...). Pandora trouxe consigo os males do mundo, presos numa caixa que ela abriu inad

Começo meio e fim. Devia ter começado do princípio, vamos lá:

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No princípio havia o Caos (a Terra, o Céu e o Mar eram uma mesma força, uma coisa só). O Caos foi a mais antiga forma de consciência viva. Dele nasceu Gaia, que gerou Urano, que com ela (mi-to-lo-gi-a, gente) geraram Cronos e os outros 11 Titãs. Urano era sexualmente meio desgovernado e fazia um filho atrás do outro, a Gaia não aguentava mais e conseguiu convencer Cronos a acabar com os ímpetos amorosos do pai. Cronos castra Urano e vira o dono da bola (trocadilho besta, mas oportuno...). Nessa hora tem o parêntesis do nascimento de Afrodite que, segundo o mito, mesmo decepado, o pênis de Urano (o cara não era fraco) ejaculou no mar e dele (da espuma do mar) nasceu Afrodite. Fim do parêntesis. Então, Cronos se casa com sua irmã Réa com quem tem vários filhos mas (pq o destino não é bobo nem nada e havia uma profecia dizendo que ele também seria derrotado por um dos filhos), ele engolia os bebês logo que nasciam. Réa escondeu Zeus assim que ele nasceu e entregou uma pedra envolta em pan

O oráculo de Delfos

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Quando Zeus quis saber qual o ponto central da Terra (que eles acreditavam ser plana – e eu vou me abster de comentários irônicos de cunho político aqui...), ele soltou duas águias nos dois extremos do mundo e elas vieram voando uma em direção da outra até se encontrarem em Delfos. Aí foi construído o grande Oráculo, que pertencia à deusa Gaia e era guardado pela Python, que Apolo derrotou numa batalha (ela tinha tentado impedir seu nascimento e a gestação dele e da irmã Ártemis). Seu corpo caiu numa fenda do solo e ao se decompor, passou a exalar gases tóxicos que faziam com que as sacerdotisas do Templo (as Pitonisas) entrassem em transe e fizessem previsões. Assim, Apolo reivindicou o Templo para si e (mesmo contrariando Gaia) Zeus concedeu a ele a regência de Delfos. O oráculo era consultado por todos e era, não só uma fonte de informações futuras, mas era a via direta de comunicação com os deuses. Para os mortais, que tinham um visão limitada das variáveis do destino (vide postage

Maya- a ilusão

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O que é verdade? O que de fato ocorre e é importante e o que a gente inventa e se enreda? Independente do motivo que dita a escala de importância que a gente dá pras coisas, tem uma personagem hindu que ajuda a lembrar que é tudo uma enorme bobagem: a deusa Maya. A filosofia oriental vê a ilusão como tudo o que atrapalha no desapego do mundo material e essa ilusão é um véu que a deusa Maya coloca nos olhos da gente. A mitologia hindu não é como a grega, com tanta referência bibliográfica, mas a deusa Maya - que oscila entre ser real e irreal (como vários conceitos deles), tem o poder de cegar as pessoas com um véu de ilusões. Só que o mesmo poder que cega, pode revelar a verdade. Segundo eles, o mundo material é uma ilusão dos sentidos. Tudo o que a gente acha que tem é Maya (ilusão), tudo o que se junta, que se mede é Maya. Tudo o que percebemos como mundo real é uma percepção consciente criada pelos nossos sentidos e isso não corresponde à essência da Realidade. “Aquilo que à gente d

Medusa - A Morte nos Olhos

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Medusa era uma das três Górgonas (a única mortal), sacerdotisa do Templo de Atenas. Como tal, devia permanecer pura, mas Posseidon (tio de Atenas, que vivia brigando com a sobrinha) tratou de acabar com essa condição (não se sabe ao certo se a relação foi ou não consensual). Furiosa pela profanação da sacerdotisa e do Templo (elas se esquentavam depressa) Atena castigou Medusa transformando seus belos cabelos em serpentes e fazendo com que todo aquele que olhasse diretamente em seus olhos virasse pedra. Medusa passou a viver na entrada do Reino dos Mortos, incapaz de amar e ser amada; odiando os homens por ter sido enganada por Posseidon e as mulheres pela aparência terrível que tinha agora. Perseu foi mandado para decapitá-la. Ele era um jovem inexperiente que tinha sido enviado nessa missão pelo padrasto que queria se livrar dele, sabendo que a tarefa era impossível. Perseu se atirou nessa hybris (desmedida/passo maior que a perna, já falei disso) com tanta vontade e inocência que co

As Moiras

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As moiras eram três irmãs, usualmente personificadas por três velhas, filhas de Nix - deusa da noite e concebidas sem pai, elas tecem o destino dos deuses e dos homens. É interessante o detalhe de não terem precisado de um pai para nascer, uma vez que isso reforça o argumento de que o destino mitológico está mais ligado ao feminino, do nascimento à morte. Impessoais e inflexíveis, ninguém jamais se atreveu a tentar interferir no trabalho delas, nem Zeus, pois mesmo ele sabia que isso alteraria a ordem natural do Universo e essa é uma força com a qual ninguém brinca. Cloto tecia, Láquesis avaliava e distribuía os destinos e Átropos rompia o fio da vida. Os romanos as chamavam de Parcas (Nona/Décima e Morta). Na Ilíada de Homero, elas eram um único ser e representavam a Lei que paira sobre deuses e homens. Mais tarde, na Odisseia, elas aparecem como Fiandeiras. O Fio da Vida é tecido na Roda da Fortuna, isso explica os altos e baixos e seus ciclos sucessivos. Nosso ego busca explicação p

O Suplício de Tântalo

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Tântalo era um completo idiota. Rei da Frígia e filho de Zeus, ele era casado com Dione (filha de Atlas, que carregava o peso do mundo nos ombros – história pra outro dia). Meio “rei do camarote” ele era bem vindo no Olimpo e único mortal presente nos banquetes dos deuses. Só que ele queria mais. Em filosofia, quando você faz uma merda assim, dá um passo maior que a perna, faz uma “desmedida” é chamada de hybris. Pois a hybris de Tântalo foi caprichada; ele contou aos mortais segredos dos deuses que ouvira no Olimpo; roubou néctar e ambrosia (que eram alimentos que garantiam a imortalidade e ele achava que funcionariam pra ele fora do Olimpo, que não aconteceu) e não contente, para desafiar o conhecimento infinito dos deuses sobre as coisas, os convidou para um jantar onde serviu o próprio filho esquartejado. Só Deméter comeu (ela andava naquela fase deprê enquanto ainda estava procurando a Perséfone e estava meio lesada). Zeus, furioso, devolve a vida ao menino e Tântalo é condenado à

O Mito de Sísifo

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Este foi (até agora) o tema mais complicado que eu escolhi (e eu faço cada coisa...). Lembro que aqui trago leituras particulares das coisas, não são aulas, pelo contrário; quem sabe um start pra maiores pesquisas de quem me lê! Coragem: Camus escreveu um ensaio muito legal sobre o Mito de Sísifo, onde ele abre dizendo que o suicídio é o único problema filosófico realmente sério que há. E lá vai ele pensando sobre muitas coisas, na falta de sentido do mundo e no reflexo disso na vida da gente. Ele comenta, irônico, que jogamos nossa esperança no amanhã e é justamente o amanhã que nos aproxima da morte. O absurdo é meio a relação da busca que o homem faz de um sentido e um mundo completamente desprovido desse sentido. O Homem Absurdo de Camus é o cara que funciona consciente de que a vida não faz sentido. “Felicidade e absurdo são filhos da mesma terra, inseparáveis”. A resposta, segundo Camus, é a revolta. E é aí que Sísifo se vinga, quando empurra a bendita pedra montanha acima. Sísif

Tristão e Isolda

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O amor nem sempre dá muito certo, ainda assim é amor. Essa é uma das histórias que são mais citadas quando falamos de grandes amores. Tristão era um guerreiro da Cornualha e Isolda, uma princesa – descendente das fadas (adoro isso) da Irlanda. Ela estava prometida a Marcos, tio de Tristão. Numa batalha, Tristão foi envenenado pela espada de um adversário e colocado num barco que navegou à deriva até a Irlanda, onde foi tratado por Isolda, por quem se apaixonou. Mais tarde, seu tio o envia para trazer a princesa prometida para que se casasse com ele (o Rei Marcos) na Cornualha. Na viagem, Tristão e Isolda se envolvem (há uma versão que diz que eles tomaram uma poção do amor originalmente destinada a Isolda e Marcos) e a paixão dura mesmo depois que Isolda se casa com Marcos, o que escandaliza a todos, e faz com que Tristão seja banido da cidade. Um tempo depois, já casado com outra Isolda (a Isolda das mãos brancas, da Bretanha), ele vai para uma batalha e é mortalmente ferido. Tristão,

Se você não acredita em Deus, pule este post

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Tem coisa na vida que dá muito errado. A gente fica maluco, porque estava contando, fazendo planos e vai tu-do pro buraco. Mas o que acontece é que a gente não sabe de nada (como disse no post do mito de Édipo), as variáveis estão aí e a gente vê uma ou outra, no máximo. Por mais que queiramos isso ou aquilo, hoje ou na hora que for, nós simplesmente não sabemos do destino, do que está por vir. Se não foi agora é por que não tinha que ser. Se não foi de um jeito, vai ser de outro e o mais importante: se o que você queria muito não veio pode ser um simples caso de livramento divino. Ou ainda, se aquilo realmente estiver no teu destino, ele virá (querendo você ou não) Eu acredito muito que Deus cuida, Deus provê e Ele está seeeempre aqui. Confia, respira e segue.  

Enfim, as seis.

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Demeter, Atena, Ártemis, Hera, Perséfone e Afrodite. Seis deusas que simbolizam seis forças, seis personalidades femininas diferentes presentes dentro de nós mulheres. Os homens também são influenciados por elas, mas geralmente isso é vivenciado exteriormente, ou seja: pelo tipo de mulher que os atrai. Entre as seis deusas há oposições psicossociais aparentemente inconciliáveis: Hera, ultraconservadora sempre ficará escandalizada com os muuuitos casos de Afrodite. Atena, estudiosa workaholic não consegue entender a dedicação de Demeter com a gravidez e a criação dos filhos. Três delas são mais introvertidas: Perséfone, Ártemis e Demeter, enquanto Afrodite, Atena e Hera são extrovertidas. Hera e Perséfone personificam o eixo do Poder. Deméter e Afrodite, o eixo do Amor Ártemis e Atena, o da independência. O ideal é sempre o equilíbrio, ainda que em cada fase da vida, uma aflore e a outra adormeça. Quando os filhos nascem, por exemplo, é normal que Atena e Afrodite deem espaço a Demeter

Afrodite

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Das ondas do mar Egeu, guiadas pelo sopro do deus Zéfiro (vento oeste, cada direção do vento tem seu deus) e dentro de uma concha de vieira, vem Afrodite: linda, loira e poderosa, trazendo consigo toooodo o desejo do mundo. Divindade mais antiga do Olimpo, deusa da beleza, do amor carnal, do sexo e do prazer, ela simplesmente jamais envelheceu e manteve -pela eternidade- o impulso da juventude (eu disse pela e-ter-ni-da-de, gente...). Por ordem de Zeus, acabou se casando com o deus do fogo Hefesto que era feio e mal humorado, mas era apaixonada por Ares (deus da guerra), também por Apolo e teve uma lista de amantes, seguida de uma lista de filhos (menos com Hefesto). Afrodite cultua o corpo como um objeto sagrado do amor, não faz questão do casamento formal nem de fincar raízes, embora seus relacionamentos não sejam do tipo casual. Ela gosta de sexo, mas daquele cheio de paixão. Em contraponto com o amor de Deméter, mais maternal; o foco de Afrodite na aparência e no prazer, ainda que

Deméter

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Mãe de Perséfone, fez aquele auê todo pra encontrar a filha que tinha sido raptada pelo tio, essa deusa personifica a maternidade, a terra cultivada, o grão. Rege o amadurecimento dos frutos e o ciclo natural de todas as coisas vivas. Nós mulheres temos seis deusas dentro de nós, as cinco que eu já falei e a Afrodite (próximo post). De duas em duas elas formam eixos e Deméter, junto com Afrodite forma o eixo do amor. Diferente de Afrodite, o amor de Deméter é maternal, é aquela personalidade que se doa demais, que fica ajudando todo mundo o tempo todo, preocupada com o bem estar de todos. O problema de quem se deixa Demeterizar é que a gente tende a esquecer das próprias questões, deixa sonhos pra trás, mantém coisas que já deviam ter acabado, engorda uma tonelada... Equilíbrio, meninas. Equilíbrio. Ah, a maternidade...

Hera

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Enviar serpentes ao berço de um bebê, despedaçar outro (ainda no ventre da mãe), transformar uma mulher em ovelha infestada por insetos e condenada a vagar pelo mundo, impedir que outra dê à luz em qualquer lugar da terra, fazer com que uma mulher passe o resto da vida apenas repetindo o que os outros falam, e outra passar a vida sem jamais dormir... Isso é parte do repertório de Hera contra os filhos bastardos e as amantes de Zeus (seu irmão e marido). Deusa do Casamento, da fidelidade conjugal, das mulheres casadas e da fertilidade, Hera lutou bravamente contra as infidelidades de Zeus por toda sua história. Zeus e Hera tiveram uma lua de mel que durou 300 anos e durante os quais ela se manteve virgem com banhos na fonte de Cânatos, de modo que Zeus a desvirginava sempre que faziam sexo (o que devia ser um inferno, cá entre nós). Rainha de todo o mundo conhecido, ela sentava no trono branco nas nuvens com um pavão ao seu lado. Hera é o poder. É aquela deusa vingativa, dura, controlad

Perséfone

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(Deusa da fertilidade, da colheita, Senhora dos Mortos) Minha história preferida da Mitologia: como foram estabelecidas as estações do ano. Perséfone era filha de Zeus e Deméter (que eram irmãos – mitologia, gente...). Hades, irmão deles, é flechado por Eros, se apaixona por Perséfone e a pede em casamento. Acontece que Hades governa os mortos, vive no inferno e Deméter não aprova o casamento de jeito nenhum. Um belo dia Perséfone está colhendo narcisos, a terra se abre e Hades a puxa para o mundo dos mortos. Demeter, desesperada fica nove dias e nove noites sem comer nem beber, procurando a filha. Hélio (Titã que personifica o Sol e tudo vê) conta pra ela o que aconteceu; ela fica furiosa e resolve não voltar pro Olimpo. Demeter é a deusa da agricultura e sem ela, a terra começa a secar. Só então Zeus corre negociar com Hades a volta de Perséfone, afinal ele é responsável pelos mortais e eles vão padecer enquanto Demeter não voltar. Maaas, nesse meio- tempo Perséfone já havia comido s

Ártemis (Diana Caçadora)

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“Senhora das Feras” Zeus era PhD em pular cerca. Tinha filho com deusa, com mortal, com samambaia...Casado com Hera, ele engravidou Leto que teve que ir procurar um lugar seguro para dar à luz, longe da fúria de Hera, que- é claro- já havia descoberto tudo e soltado uma fileira de maldições. Leto acabou indo ter os filhos na Ilha de Delos. Ártemis nasceu primeiro e ajudou com o parto do irmão Apolo (por isso, apesar de não ter tido filhos, é a deusa do parto). Apolo é o deus solar e ela é a deusa lunar. Quando Ártemis era bem pequena ainda, Zeus perguntou o que ela mais desejava e ela pediu que pudesse circular livremente nas matas, entre os animais ferozes e que nunca precisasse se casar (bobinha ela...) Deusa da caça, Ártemis personifica as características femininas duais (o nascimento e o abate) ela rege também a força física, a independência e as manifestações de força da natureza. É Mãe da natureza selvagem, qualquer que seja o significado que você queira dar a isso...

Raiva

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A Raiva Atropelando a postagem das deusas gregas... Neste momento, com tudo que vemos e ouvimos, certamente não sou só eu a passar raiva. Eu sempre reajo ficando furiosa e esquecendo de ficar triste (essa manutencão está em franco andamento). Fica a reflexão e a dica: a raiva existe e pode ser usada a seu favor. Faça ela te mover adiante. Antes de morrer, Olga Benário disse algo sobre usar a raiva contra os nazistas e sobreviver a eles, para vencê-los. Pense em alguém que te derrubou e de quem vc tem raiva. Agora pense em tudo que vc conquistou graças ao que passou, graças à essa pessoa. Viu? Tudo, absolutamente tu-do pode nos mover adiante. A gente sai muito melhor do que entrou! 

Atena (Minerva ou Palas)

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Deusa da sabedoria, da guerra, da ciência e das artes. Atena era filha de Zeus, que, temendo perder o trono para um filho – segundo o oráculo – transformou a esposa Métis (grávida) em uma mosca e a engoliu. Tempos depois, Zeus teve uma dor de cabeça muito forte, persistente e, desesperado, pediu a Hefesto, que lhe abrisse a cabeça com uma machadada para que a dor saísse. Inacreditavelmente (bom, aqui estamos lidando com Mitologia, além disso o cara já tinha transformado a mulher em mosca e tuuudo bem...) Hefesto obedece e dá uma machadada na cabeça de Zeus, de onde sai Atena, adulta, (maravilhosa, poderosa) vestida com uma armadura e portando um elmo, um escudo e uma lança. É a “queridinha do papai” de Zeus. É a filha que o pai idealiza, a que batalha, trabalha duro, estuda, a estrategista, não a que se casa e passa a vida sossegada criando filhos. Um livro que eu adoro* descreve a mulher-Atena como “prática e inteligente, ela intimida os homens por não reagir como as outras e os coloc

Medéia

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Pense numa mulher ruim. Piore muito. Chegou perto. Medéia era casada com Jasão (ela não era grega, era uma estrangeira – a bruxa estrangeira- o que piorava muito a vida dela naquele contexto) e eles tinham dois filhos. Jasão resolve casar com a filha do Rei, abandonando Medéia e ainda argumentando que vai ser melhor pro futuro dela e dos filhos, que deixarão de ser meio filhos de uma estrangeira pra serem meio filhos do futuro Rei (Jasão é um idiota, mas gosta muito dos filhos). Largada e humilhada, Medéia mata os próprios filhos e a Princesa para que Jasão fique completamente sozinho e sem nenhuma possibilidade de ser feliz, sabendo que todos foram mortos por causa dele. Gota d’Água (do Chico Buarque) é uma versão dessa Tragédia. Em 2009 vi uma versão com uma Medéia incrível interpretada pela Izabela Bicalho, vale procurar no youtube ela contando Basta um dia. Gente ruim. Melhor ficar longe, mas de gente idiota também, né?

Macbeth – Ambição desmedida e coragem

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Macbeth cisma que pode ser Rei da Escócia e decide matar o Rei Duncan para tomar seu lugar. Macbeth é um nobre, cavaleiro de confiança do Rei. Ele conta essa pretensão à Lady Macbeth e ela fica super entusiasmada com a possibilidade de ser rainha. Só que ele fraqueja. Na hora h, ele capitula e ela desafia a masculinidade/potência/capacidade dele comentando “quando ousaste foste homem”. Ele vai, mata Duncan, e mais um monte de gente; se perde nisso, ela percebe o tipo de pessoa que ajudou a despertar nele, enlouquece e morre de culpa. Daí eu fico aqui pensando no limite da ambição e da coragem. Ele teve um arroubo de ambição e alguma coragem. Ela só teve ambição. Todo mundo perdeu. A coragem cobra um preço e é bom estar preparado pra isso. Muitas vezes, e deve ser coisa da idade, aqui coragem ganha. Salvo quando a ousadia fraqueja (a minha ou a do outro). Antes de morrer, Lord Macbeth diz que a vida é uma história contada por um idiota, cheia de som fúria, sem nenhum significado. Será?

Cassandra

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Personagem da mitologia grega, uma mulher lindíssima. Cassandra servia no Templo de Apolo, a quem era profundamente dedicada. Apolo se apaixona por ela e lhe ensina como fazer profecias; fazendo dela uma excelente profetiza. Só que Cassandra não se apaixona e se nega a dormir com Apolo que, vingativo, a condena: jamais acreditarão nas previsões que ela fizer. Dali em diante, ela passa como louca e mentirosa, alertando as pessoas acerca dos acontecimentos futuros e ninguém nunca a ouve. No episódio da Guerra de Tróia, ela avisou Príamo. Pediu mil vezes que ele destruísse o cavalo de madeira. Ele não acreditou e deu no que deu. Nesses tempos de Pandemia, vejo técnicos e especialistas padecendo dessa Síndrome de Cassandra, enquanto “achadores” se adonam de um conhecimento que não têm e isso é muuuuito preocupante. Segue o jogo...

Agora Inês é morta

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Inês de Castro era uma dama portuguesa, amante do Príncipe D Pedro I (nada a ver com o nosso D. Pedro). Mesmo casado com Constança (da Casa Real Espanhola), Pedro e Inês tiveram quatro filhos e nunca se esforçaram em esconder o romance deles (para desaforo do Rei Afonso IV). Constança morre durante um parto e Pedro vai viver com Inês. Um dia, ele sai numa expedição de caça e o Rei Afonso manda degolarem a amante do filho. Quando Pedro volta, desesperado, não há mais o que fazer pois “agora Inês é morta”. Mas ele sabe esperar. Anos depois, ele vira Rei, legitima os filhos que teve com Inês, manda que ela seja desenterrada, vestida, coroada e sentada no trono Real onde a corte toda é obrigada a lhe beijar a mão (há controvérsias quanto à veracidade desse trecho, mas é o que eu mais gosto e eu é que estou contando aqui...). Então, Pedro manda construir dois túmulos maravilhosos dispostos frente a frente, para que eles se olhem nos olhos no dia do Juízo Final. Adoooooro.

A vida é sonho – Calderón de La Barca

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(Peça escrita em 1636, fim da idade média, época do questionamento da realidade e embate do profano com o sagrado e do desejo com a razão). O Rei da Polônia encarcera o único filho numa prisão escura temendo a profecia de que ele, adulto, traria desgraças ao Reino. O Príncipe cresce acorrentado, sendo educado por um servo. Os anos se passam e o Rei se arrepende e resolve soltar o filho, mas (temendo que a profecia se cumpra e o filho tenha que voltar a ser preso) faz com que o Príncipe seja drogado e acorde no Palácio acreditando que a vida dele, até então tenha sido um sonho. Solto, ele se revela um homem cruel e desatinado e o Rei decide que ele deve ser preso novamente. Mais uma vez o Príncipe é drogado e acorda acorrentado na prisão onde cresceu, acreditando que a vida em liberdade fora um sonho. É sempre interessante (e meio perturbador) especificar ao longo do destino da gente o que é só sonho. Já que a vida, nem sempre a gente escolhe. Mas o sonho...aaah o sonho.... Is this the