O dia em que a Terra parou.

Há 40 anos, os Beatles lançavam seu oitavo Lp.
Sgt Pepper’s Lonely Hearts Club Band foi uma opção aos Beatles por quem as fãs arrancavam os cabelos e perdiam a voz! Eles estavam cheios dessa histeria.
Depois de Revolver, que já trouxe ares de mudança e é considerado por muitos o melhor disco dos Fab 4, Sgt Pepper’s levou a arte ao máximo da experimentação.
Quando antes eles se arriscavam apenas na música, esse LP era conceitual na capa, no modo de ouvir (feito pra ser ouvido de uma só vez, sem intervalos entre faixas), nas propostas e também na música.
Numa época e que o mundo vivia movimentos isolados - morria Che Guevara, Gabriel Garcia Marques lançava seus 100 anos de Solidão, e o Brasil aprovava (garganta abaixo) a Constituição da Ditadura com o cerceamento de todos os meios de comunicação - eles colocaram cores na paleta do futuro.
John, Paul, George e Ringo voltaram de uma turnê cheia de dores de cabeça. Em Tóquio, eles não conseguiram se apresentar porque o esquema de segurança era tão maluco que os deixou presos no Hotel na hora do show... De lá, seguiram para as Filipinas pra descobrir que foram contratados, não para cantar, mas para participar de uma recepção da primeira dama Imelda Marcos. É claro que eles não apareceram na festinha da rainha dos sapatos, mas é uma dica do quanto a idolatria pessoal tinha cansado nossos heróis.
De lá, após duas semanas de descanso, seguiram para os EUA para, segundo George “serem massacrados”. John havia feito um pouco antes ao Jornal Evening Standard a célebre menção á popularidade deles comparada à de Cristo. Na verdade, ele estava fazendo uma crítica à idolatria exagerada aos Beatles, mas é claro que a interpretação foi oposta!!!!! (Pra você ver que não é só o que você diz que é distorcido... isso faz escola há anos!)
Depois de tanta confusão, George cansado, resolve abandonar a banda. Com a notícia, os quatro se reunem e resolvem o impasse não fazendo mais apresentações ao vivo. O que diminuía em muito a pressão e mantinha o time jogando “tranquilo” e unido!
Ainda assim, criaram uma banda alter ego, a Sgt Pepper’s Lonely Hearts Club Band.
Duas faixas importantes acabaram ficando de fora: Penny Lane e Strawberry Fields (haviam saído em single e na época não se vendia duas vezes a mesma coisa...).
John lamentou por muito tempo a inclusão de Good Morning Good Mornig, segundo ele uma das maiores porcarias que ele compusera na vida!
Era a época das drogas recreativas. John negou até a morte que Lucy In The Sky with Diamonds tenha sido uma alusão ao LSD, que tratava-se de um desenho que Julian (seu filho) fizera de uma amiga de escola. Mas a canção é completamente lisérgica e está aí pra quem quiser ouvir e tirar suas próprias conclusões!
Minhas preferidas são She’s Leaving Home com sua introdução celeste (sem bateria, apenas cordas), When I’m Sixty Four e A Day in the Life.
O introdução instrumental para A Day in the Life é impensável, a orquestra, o melotron, os sons indianos... numa gravação de apenas duas faixas de quatro canais!
Uma nota triste do álbum é que dos quatro, apenas dois chegaram aos sessenta e quatro anos, cantados e planejados em When I’m Sixty Four, já que John foi morto aos quarenta e George morreu com cinqüenta e oito. Paul tem hoje sessenta e cinco e Ringo, sessenta e sete (a mesma idade que John teria se Chapman tivesse tomado seus remédios naquele dia).
Na capa,os quatro fotografados de uniformes militares multi coloridos cercados da maior salada social da história! Marlene Dietrich, Bob Dylan, Freud, Aleister Crowley, Marylin Monroe, Edgar Alan Poe, Oscar Wilde, Karl Marx, Marlon Brando, Lenny Bruce, Stuars Sutcliffe (antigo baixista da banda) entre outras personalidades que só com os Beatles foram capazes de juntar.
Diz a lenda que John insistiu para que Hitler e Jesus Cristo fossem incluídos na capa, mas não foi ouvido.
O disco recebeu 4 Grammys (melhor álbum, capa, álbum de música contemporânea e engenharia de som), mas curiosamente perdeu a disputa de introdução instrumental de A Day in the Life para a caretíssima Strangers in the Night.
O mundo não estava assim tão preparado para a Banda dos Corações Solitários do Sargento Pimenta.

Comentários

  1. Adooooooooro seus textos !!!

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  2. Neste disco, vai contra a maxima: "Menos é mais". Em Sgt Pepper’s " Mais é mais"

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  3. Concerteza o melhor disco do mundo!
    Mto bom seu blog!
    Bjos!

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  4. Concerteza o melhor álbum do mundo!
    Mto bom seu blog, lendo até parece que escuto vc falando...hehehe!!
    Bjos!

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  5. Muito bom e insinuante esta matéria ,teu modo de interpretar as palavras e teus pensamentos me fazem ficar concentrado no q vc quer dizer.A única parte que não gostei é quando vc deu tua opinião, que respeito mas não concordo quando vc escreve dizendo que Strangers in the Nihgt é caretíssima,eu gosto muito dessa música, e já viajei demais com ela , por isso te peço que vá se catar(estou sendo gentil e cavalheiro).Do resto a gêrencia agradece comovida e te peço mais , sempre mais, matéria lindas como esta que me lembrou coisas boas. E também mande coisas que eu não goste, assim posso lutar comigo mesmo,e tentar te ler e ver se tua é boa mesmo,hehehe!Aloha Lesmadesófacetinado!Viva The Beatles

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  6. Elias!
    Já fui me catar (-uma catadinha rápida- que eu tava curiosa pra ver os comentários por aqui), agora voltei especialmente pra me explicar: devia ter sido mais específica. A introdução e a letra de Strangers quando comparadas à A Day in the Life é que ficam caretas, vc há de convir. É bacana, eu admito, mas não tem lá muita inovação (que é o quesito e questão).
    Apareça sempre, eu sorvo cada um de seus comentários!
    beijão

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