California Dreaming... (pro Mr.Elias Mansurf)


Quando era tudo mais leve.
Eu ouço falar em jornalismo romântico, fotojornalismo romântico, literatura romântica.

O “romântico” remonta à tudo que era feito beeeem antes...
Tem alguma ligação com a época em que as coisas eram mais manuais e menos automáticas e instantâneas.
Não é preciso mais esperar pra nada.

Eu lembro de uma música que gostava há 20 anos, ou que acabei de ouvir numa trilha de filme no cinema, corro pro Kazaa e baixo em minutos.
Foto digital...haha, quem lembra de ficar esperando os malditos três dias que demorava a bendita revelação?

Máquina não tinha zoom (nem cor), e das 24 chapas, duas ficavam bacanas, mas a gente guardava tu-do!
A emoção toda das coisas virou uma ejaculação precoce: Quero...já consegui.
Ainda gosto de ficar horas garimpando CD’s nas lojas, mas não é mais pela fissura de ouvir aquela determinada música que te catapulta pra uma circunstância passada super especial.
Isso é foda, e é muito difícil de mensurar a falta que a espera fará pras gerações futuras.
Nem tô considerando a doença de contentar filhos que os pais têm, essa endemia de toma- logo- tudo- o-que- lhe- é- devido. Tô falando do ritmo em que as coisas acontecem hoje.
Quando eu queria beijar um menino era aquela agonia infinda até alguém tomar coragem, desistir ou quebrar a cara. E tome páginas do diário e horas no telefone com a melhor amiga...
Hoje é tudo jogo rápido, se um quer, logo faz o outro saber e se resolve a questão numa ficada.
E as cartas? Porra... Carta demorava anos pra chegar, e era aquela espera deliciosa, aquela tortura doce de saber que dia o carteiro passava e cultivar uma cumplicidade que pela cara dele, você já sabia se a carta tava lá...

Eu quase morri de felicidade quando ganhei minha máquina de escrever, assim que entrei na faculdade... O Jorge Amado nunca escreveu em outra coisa (eu não sou assim tão fiel...)

Loja 24 horas? Nem pensar... Minha mãe voltou ontem da Europa e ficamos comentando como o ritmo da vila italiana onde o namorado dela mora é tão outro, que nem parece outro continente, mas outro planeta.
Ninguém era santinho nos anos 70 e 80, ninguém ficava marcando passo. Mas a conquista dava mais trabalho, a vida era em outras cores, que eu insisto em apreciar até hoje (os DPI's eram beeeem outros...).
É a globalização, a rede, e a puta que pariu...
Agora a vida virou business, é tudo sem tempo pra perder, é tudo urgente.
Será que o mundo tá mesmo acabando ou eu só to ficando velha??

Duvido que se a Carolina ficar na janela consiga ver o tempo passar nessa pressa.

Comentários

  1. Vi este título (lesma de sofá) efiquei pensando o que será isso... achei mui divertido!!!
    Vou aparecer mais vezes!
    May
    http://bichopensante.zip.net

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  2. Menina , eu te chamei de peixinha pelo signo q tens, só que além de peixinha vc é de uma espécie chamado "perna de moça",pelo motivo escorregadio que é, ninguém segura, muito legal o q tu escreveu.Me aguarde q ainda não acabei, vou postar mais algo sobre este assunto aonde o tempo não existe mais, e se tem , não é tão interessante assim , tenho o outro tempo q me serve de parametro.Me aguarde , não tenha a pressa q existe agora, be happy, don't worry.Aloha Lesminha esperta.

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  3. A Carolina continua sem ver o tempo passar na janela...

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  4. As cartas realmente eram uma delicia. Todo o processo, espera, conferir no cojunto de cartas há alguma para voce, ver de quem é, abrir a carta, ler, reler, guardar, reler, colecionar.

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  5. Elaine, você é um tesão.

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  6. Adoro receber cartinhas, tenho uma caixinha de carta... por traz desta casca existe um coração... kkk

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  7. há d se vr o lado bom disso, com um simples e-mail a vida pode estar resolvida e com certeza se assim não fosse hoje estaríamos ainda mais stressados com tudo. Mas essa falta desse tipo de romantismo que vc fala.. bom eu diria que dá origem a algumas coisas num tanto qd mágicas, por exemplo, a história da christiane F. (garota, menina, criança ou drogada prostituída), se por um lado eu amei ler o livro.. q diga-se de passagem devorei.. a narrativa é deliciosa e a prórpia história prende a atenção e o curso q ela toma bom, não é diferente de milhares de outros, mas de certa forma é tão "horripilantemente" real que parece surreal.. se os jornalistas q a conheceram e escreveram o livro talvez tenham tido uma experiencia única e jornalisticamente maravilhosa por descobrirem um personagem tão rico. Poxa, hoje as Christianes estão cada vez mais comuns.. que tipo de personagem nós vamos ter que descobrir agora?? talvez seja uma profissional do sexo pela net que usa grandes doses do arrobas @ ou pontos com para se drogar..

    bjos

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