Eu tinha 18 anos quando a Karen Carpenter morreu de anorexia nervosa em 1983 e lembro perfeitamente de ter achado a coisa toda uma completa estupidez. “Como ninguém deu comida pra ela?” me perguntava.
Se eu, no auge da sabedoria onipotente pós adolescente, tinha imagens recentes na memória de minha irmã mais nova sendo obrigada a comer tudo que ela não gostava; aquilo me parecia impossível de engolir (trocadilho inocente).A grande questão é a seguinte: a doença, antes um mal secreto, está em voga.
A incidência da doença entre grandes ídolos adolescentes do mundo da música e do cinema vêm mostrando que fatura da ditadura da perfeição chegou e é bastante alta.Atrizes como Lindsay Logan, Mary-Kate Olsen, Cristina Ricci, Anahí Puente, a Princesa Vitória da Suécia, Lady Dy e a modelo Kate Moss, além das brasileiras Deborah Evelyn e a bi campeã de surfe Andréa Lopes, são vítimas confessas da anorexia.As meninas sofrem uma pressão cruel desde muito cedo e são vítimas do meio, da família (mães autoritárias são maioria nas famílias onde há incidência de anorexia) e delas próprias.
Aquilo que antes era uma mania adolescente de perfeição, hoje virou um pesadelo.
As agências de modelo são grandes responsáveis por parte desse problema, por exigirem padrões internacionais de peso e altura inatingíveis à maioria das pobres mortais. Outra parcela responsável são os pais dessas garotas.
Como não notar que uma menina não come a ponto de ter de ser internada? Sei muito bem que os artifícios que elas usam são muitos (algumas chegam a usar peças de roupa sobrepostas para enganar olhares mais atentos), mas isso não é argumento que justifique tamanha desatenção. Em alguns casos, as meninas sustentam a família que se acomoda na situação e acaba conivente com as exigências das agências para não perder o sustento.
Dizer que as agências contratam psicólogos, é uma imensa bobagem, Assim como é uma balela tamanho extra G, aquela conversa de que na Espanha, algumas meninas foram impedidas de desfilar por estarem com o índice de massa corpórea (IMC - uma relação entre peso e altura) abaixo do saudável. Isso foi um fato isolado.Se as agências simplesmente demitissem as meninas que estivessem abaixo do padrão de IMC aceitável pelas autoridades médicas, o problema estaria bem próximo da solução.
Isso acarretaria uma solução endêmica de efeitos benéficos a todos.É uma doença de fundo psicológico.
Não consigo entender em que parte da história da nossa sociedade, tornamos isso possível.

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