Nunca mais cinema, nunca mais drink no dancing...


Acabou a faculdade.
Lembro perfeitamente de estar sentada diante do computador fazendo alguma coisa qualquer quando pipocou um pop up sobre o vestibular da UNIP.
Nem pensei direito e me inscrevi.
Depois (é claro) comecei a sofrer (e se eu não passar?). Passei.
Daí (é claro) comecei a sofrer (e se eu boiar o tempo todo?) Não boiei.
Mas (é claro) comecei a sofrer (e se ninguém tiver saco pra conversar com uma quarentona palpiteira?). Mas tiveram.
Conheci tanta gente bacana, uma meninada mega talentosa, super querida e sem a menor noção do quanto eles são novos e de tudo que eles ainda podem fazer da vida...
Uns professores muito bons, fiquei amiga de alguns mais irresistíveis.
Vou sentir tanta falta, que tô com um nó na garganta que não ata nem desata, um saco.
Minha banca foi um desastre, mas a vida é assim mesmo e eu voltei pra casa com um nove.
Logo que cheguei em casa, um professor (bem o mais querido) me liga pra dizer que a gente merecia muito ter tirado dez e que aquele nove foi injusto (mas que a gente sabe que não vai mudar a vida de ninguém, e que isso não é o fim do mundo, pelo amor...).
Daí eu fiquei pensando que o importante são SEMPRE as pessoas.
Nada é mais importante que os amigos que você fez; as pessoas que você ajudou e que te ajudaram nesses quatro anos.
Nada vai dar mais saudade que entrar naquela sala abafada, passar rapidinho pelo professor e me enfiar em duas cadeiras no meio do Vini e da Claudinha. A Ariane tomando café e o Alex lendo uma revista. Fazer careta pro China e pro Luís do outro lado da sala, brincar com a Lucélia, que está comendo ou com o Fábio que está de shorts. Elogiar a Carol, que está sempre linda, perguntar pra Thaís como ela consegue andar de salto logo cedo e ficar esculhambando as lavadeiras.
Dar carona pra Janaína na ída e pra Ari na volta e ficar conversando, conversando...
Esquecer de deixar a Ari no ponto e ela ficar pra mim "e eu?, e eu?"...
Errar o lado de passar a carteirinha na catraca, esperar os meninos comprarem croissant de chocolate e se perder na biblioteca. As histórias engraçadas da Luara e o cabelo da Fernanda que tá sempre perfeitamente penteado. O guarda roupa genial da Jennifer e o "djêniffer" que ela fala pra explicar a pronúncia certa do nome. Falar bobagens só pra Ana Carolina rir (ela é meio séria, mas quando ri parece uma menininha). Comprar trufas da Dominick, levar canetas extras pro Alex e pedir pra alguém ligar o ventilador.
Emprestar meus livros pra todo mundo e depois ficar no pé deles pra devolverem.
Ensinar sobre os Beatles, Talking Heads e Duran Duran e aprender sobre o Mika, Regina Spektor e Móveis Coloniais de Acaju.
Conversar com as ascensoristas, tomar chá na sala de redação e sentar no corredor pra conversar. Proibir o Marquinhos de paquerar uns meninos estranhos na praça de alimentação.
Morrer de calor no estúdio de TV, errar mil vezes a locução no estúdio de rádio pq fica todo mundo do outro lado do vidro fazendo careta e dando risada.
Conversar com o Edu no final da aula, com o Trigo na sala da coordenação, ler o horóscopo do Quiroga pra todo mundo, passar na sala onde a Mônica e as Tânias estão dando aula e ficar dando tchauzinho. Encontrar a Gabi no corredor e dizer: oi professoooooora!!
Os corações cor de rosa que a Claudinha desenha nas folhas de prova pra vir com nota alta, ensinar o Alex a calcular fatorial com a calculadora financeira em plena prova de estatística.
Correr atrás de um cachorro que escapou de um carro no estacionamento, junto com o manobrista e descobrir que a classe inteira tava na janela vendo meu papel ridículo.
Chamar o prefeito de CELSO Kassab, no dia em que eu bati o carro na árvore.
Falar palavrão na aula, dar muita risada e aprender tanto...
Esquecer a distância de gerações que me separa da maioria dos colegas, ser igual e falar muita bobagem.
Virar mãe de todos, dar conselhos e duras.
Entender cada explicação antes de qualquer um, mas esquecer em cinco minutos (enquanto eles guardam tu-do).

Tudo bem, é um puta clichê, mas eu faria tuuuudo de novo.
Ai que tristeza! Como eu vou viver sem tudo isso???
O que eu vou escrever no discurso da Colação de Grau?
Já tô sofrendo... (é claro).
bjs cheios de saudades



Comentários

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. Eu iria sujerir que usasse esse mesmo texto, mas a parte em que você comenta meu gosto ruim pra homem deixaria minha mãe um pouco chocada Haha! Falando nisso, a gatinha tem me ajudado muito. Mudei meus conceitos, exigências e padrões (mas não todos, senão perde a graça)

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  3. Adorei o seu texto, adorei as lembranças, adorei as brigas, as reconciliações, os aprendizados, as neuras, o amadurecimento. Tudo, tudinho.

    Vai fazer muita falta. Foram quatro anos muito especiais. Queria voltar e viver tudo novamente!

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  4. Ah, foram quatro anos maravilhosos, sem dúvida!!

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  5. Aloha Lesminha! Fazendo uma analogia ,o q vc fêz foi uma viagem. O melhor de uma é o durante, a chegada ou o termino dela dá uma melancolia e um "O q eu vou fazer agora?Quero mais". Desculpa o conselho Lesminha mas se fosse vc, eu faria outra,e outra e outras. Isso vicia e vicia para o bem. Tú não é mais caloura,e uma veterana é uma benção pra moçada que está começando a arrumar as malas.Gostou desse álibe prá vc andar sempre com a passagem na mão? Good trip 4ever!

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  6. Quero pegar minha mina na facú!!!!!

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