Egydio Noel


Me acabei nas compras de natal, e elas, é claro, acabaram comigo.

Eu tenho um problema sério com meus filhos: durante o ano, não sou de ficar dando presente por nada, fora de datas (salvo quando meu realmente não resisto). Mas no natal é fo-da... saio comprando tudo que eles pediram e mais o que eu acho que eles vão gostar. Hahaha

Eu adoro o natal. Fico no maior bom humor, mas choro com as propagandas da Coca-cola.

Quando eu era pequena, a gente tinha bastaaaaaante dinheiro, mas não tinha essa cultura maluca de consumo que temos hoje (eu, principalmente). Daí o mais divertido era ver o que meu pai daria pra minha mãe, que variava de um carro embrulhado pra presente a uma coleção de perfumes franceses escondidos numa caixa do tamanho de uma máquina de lavar cheia de papel picado.

Meu pai é o cara mais bem humorado do mundo e tem as três filhas mais ciumentas da face da terra; e ele se diverte com isso, acha que "as meninas" são assim mesmo (uma de 41, outra de 42 e a mais velha de 46...muuuito meninas) e não tá nem aí pros chiliques das namoradas.

Pai sofre.

Tem alguma explicação pra paixão cega que filhas têm pelos pais?
E não é por que o meu é bacana, ou deixa de ser.
No livro que eu tô fazendo pro Estado sobre consumo de drogas e álcool, na parte que trata de adolescentes tem um estudo sobre os motivos dos adolescentes irem pra rua e as meninas referem TODAS outros desentendimentos familiares, mas com o pai tá sempre tuuuuudo bem.
A paixão desmedida da Sophia pelo Caio me encanta e me lota de ciúmes...hehe

Cabe ao pai o papel de ensinar a obedecer regras e valores sociais, viver os riscos e as aventuras.
90% dos adolescentes com problemas com álcool e drogas não tiveram presença da figura paterna. A mãe, nesse caso específico de drogadição, não faz a menor diferença... ai a cabeça humana.

A maior associação que eu faço com essa teoria de que o pai arrisca e a mãe protege é lembrar que quando éramos pequenas, vivíamos na praia e meu pai adorava nadar. Ele punha as três nas costas e saía nadando mar adentro e a gente que se segurasse onde desse. Minha mãe só faltava morrer do coração na areia e nós penduradas nele, no pesçoco, no braço, ou umas nas outras na maior gritaria, felizes da vida.

Ele sempre teve moto, e aparecia na porta da escola de jaqueta de couro e capacete pintado (combinando com o tanque da 7 galo) pra buscar as três de uma vez. A Cibele ía no tanque e eu e a Lilian na garupa (mais as malas, lancheiras etc), a escola inteira morria de inveja (e o diretor Johannes Gabriel, ligava pra minha mãe desesperado pra reclamar "do absurdo"). Era uma delícia; e um dos motivos pra minha popularidade na época...hehehe


Na época áurea do Satã, enquantro eu ainda morava com eles, ele foi comigo de moto, roupa de couro e baton preto.

Meu pai é perfeito. Tem seus defeitos, que é um mortal, mas pra mim é como se não tivesse.



Comentários

  1. voce me fez lembrar do meu que ao contrario do seu era um perfeito carcamano, onde amizade com "meninos" era proibidissimo,mas pra mim ele é perfeito, e cada vez que olho pra ele sinto uma paz e sensação de dever cumprido, Sandra

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  2. Ai, ai! Que saudades do meu... que era perfeito, of course !!!

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  3. Fiz outro blog =]

    hehe (espero conseguir administrá-lo melhor... caso contrário briga comigo... é uma ordem)

    Saudade master de vc... bjbj

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  4. O Egydio foi um dos caras mais legais que eu conheci na vida.
    beijos pra família.

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  5. Ai ai....lembrei do meu, quando ele me mostrou lança perfume pela primeira vez em um carnaval. E minhas amigas morriam de inveja....

    Quando fui morar sozinha e ele ficou com muito ciúme , mas me deu a maior força.

    Quando....quando...quando...nossa, são muitas lembranças boas !!!

    Beijos.
    Ana.

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  6. Ai Elaine, eu lembro direitinho do teu pai aparecendo no portão de cima com aquela moto enorme pra pegar vocês. A gente morria de inveja mesmo, mas ganhava umas caronas quando cabia, lembra?
    beij~~ao

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