Hestia (uma deusa estóica)

 



Primeira geração de deuses olímpicos. Irmã mais velha de Zeus, Héstia foi a primeira engolida por Cronos e a última a ser “desengolida”. Uma das três deusas virgens (junto com Atena e Ártemis).

Na contra mão do comportamento da maioria dos outros deuses, Héstia praticava a castidade. Num acordo com Zeus, ela conseguiu se livrar de ter que se casar (como fez Ártemis, mais tarde) e manteve a castidade, sendo venerada nos lares e permanecendo em paz, respeitada por todos.

Sabe-se lá como (com os cromossomos que tinha, com aqueles pais e irmãos) ela passou a vida afastada de intrigas e rivalidades.  Afrodite (sempre ela) achou um abuso essa castidade toda e mandou desejo aos montes a Apolo e Poseidon para acabarem com a graça da tia. Não funcionou.

Héstia era representada pelo fogo sagrado, representando a iluminação, o calor e o aconchego. Em Delfos, havia uma chama que tinha vindo direto do Sol e era conservada em sua homenagem. A luz do fogo sagrado que aquece e simboliza a paz que deve reinar e ser mantida nos lares e templos.

Héstia é a deusa das lareiras, a alma dos lares, da moradia estável e da perenidade das civilizações. Quando digo que a mulher era estóica, é porque ela era mesmo (no estoicismo enquanto esforço que você faz pra não se deixar levar por paixões).  Não se sabe o porquê dessa mulher ter feito essa opção, mas desconfio que ela sabia das coisas...

Em tempos tão malucos a gente se divide entre viver o que sonha e segurar o que tem. Na minha modestíssima opinião, a essa altura é melhor viver em paz. Melhor ficar quieto, perto da lareira. Num mundo que já tem problemas demais, sejamos estóicos.   

By the way: o estoicismo tem muitas vozes, e Epicteto era uma delas:

“A principal tarefa na vida é simplesmente esta: identificar e separar as coisas para que eu possa dizer claramente a mim mesmo quais são as coisas externas que não estão sob meu controle e quais têm a ver com as escolhas que eu realmente controlo. Onde então procuro o bem e o mal? Não nas coisas externas, incontroláveis, mas dentro de mim, nas escolhas que são minhas”

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