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Mostrando postagens de 2020

Pigmalião

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Certamente era um esquisitão (e mais um daqueles chatos, filhinhos da mamãe)... O cara era Rei de Chipre e tinha decidido ficar solteiro por estar “profundamente decepcionado” com o comportamento geral da mulherada. E então, a pessoa resolve esculpir a mulher perfeita. Dá a ela o nome de Galatéia e (como era de se esperar pra alguém com esse tipo de comportamento doido) se apaixona profunda e perdidamente pela estátua. Passa os dias admirando a beleza dela, imaginando, sonhando e suspirando pela imagem. Decidido a sair do abstrato pro concreto, ele implora a Afrodite que lhe consiga uma mulher exatamente como Galatéia. Afrodite acha mais fácil dar vida à estátua, que vira a perfeitinha do Pigmalião, e ele acaba se casando com ela, tendo filhos e sendo feliz (pois é...). O efeito Pigmalião é estudado, é o que a expectativa causa no outro. Dois psicólogos americanos Rosenthal e Jacobson estudaram a alteração do comportamento e resultados de alunos especial e precocemente bem avaliados pe

A espada de Dâmocles

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  A espada de Dâmocles Não é mitologia, é história antiga, mas muuuito pertinente. Dionísio (e por isso muita gente acha que essa história é coisa da mitologia) era o rei de Siracusa. O cara era um sanguinário, um tirano miserável. Como todos os poderosos, vivia rodeado de puxa sacos (e Deus sabe como esse povo acostuma depressa com esse tipo de gente bajuladora horrorosa, e passam a depender deles. Ah, a vaidade humana... enfim, já falamos disso.) O fato é que tinha um cara chamado Dâmocles que era tão, mas tão puxa saco, tão invejoso (certamente devia mandar aquele emoji medonho de “aplauso” em todas as postagens do Dionísio nos grupos), que um dia, de tanto ele falar o quanto a vida do Dionísio era perfeita e maravilhosa, Dionísio se cansou e propôs que Dâmocles trocasse de lugar com ele por uma noite, de forma que ele pudesse desfrutar de tu-do o que cercava o universo de Dionísio. Muita comida, muito luxo, muitas mulheres... o puxa saco estava realmente se sentindo o má-xi-mo quan

Apolo

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Apolo Aquele parto difícil encomendado por Hera, já que Apolo e Ártemis eram filhos bastardos de Zeus foi o começo da carreira do deus das artes, do sol, da claridade e da iluminação. Tudo que nasce do sol, que germina, é coisa de Apolo. Ele matou a Pìton (em uma versão, fez isso com um ano, em outras, fez isso já adulto, pra proteger a mãe), e com a pele da serpente, fez o assento do banquinho de três pernas onde as pitonisas se sentavam e faziam as previsões no Oráculo de Delfos. O primeiro amor de Apolo foi a ninfa Dafne, que preferiu virar um loureiro a estar com ele. Daí ele ser sempre retratado com uma coroa de louros (e elas serem usadas posteriormente por reis e campeões). Depois ele cismou com a coitada da Cassandra, que também não quis saber dele, e ainda foi amaldiçoada (e toda a bibliografia que eu achei diz que o cara era gaaatooo...devia ser muito chato). Então, ele deve ter começado a frequentar a Igreja de Santo Antonio, e casou com Cirene. Com ela teve Aristeu, aquele

Adônis

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Era uma vez uma moça muuuito linda chamada Esmirna (ou Mirra). Tão bonita que começaram a dizer que ela era mais linda que a própria deusa da beleza. Resultado: Afrodite se esquentou e castigou a moça fazendo com que ela se apaixonasse pelo pai, o rei sírio Téias. Mirra, cheia de amor pra dar, entrou no quarto do pai e passou com ele doze noites (foi o tempo que demorou pra ele perceber que a amante era sua filha... a moça devia ser realmente perturbadora). ENFIM, ele percebeu e resolveu matar a oferecida. A moça, desesperada, saiu correndo e pedindo proteção aos deuses (ela não sabia, mas eles sabiam que ela estava encrencada por causa da Afrodite, e acabaram ajudando). Assim, ela foi transformada numa árvore (a que dá a Mirra, que Jesus ganhou de um dos Reis Magos, quando nasceu – utilíssima...). Dez meses depois, a casca da árvore começou a estufar até que dela saiu um bebê tão lindo quanto a mãe (daí a ligação do mito de Adônis com o ciclo das sementes). Ele cresceu e (bingo!) Afro

Narciso

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Filho de uma ninfa e o deus do rio Céfiso. Logo que ele nasceu, lá foram eles perguntar ao oráculo como seria o futuro do filho. O oráculo disse que Narciso teria uma vida bacana enquanto não visse sua própria face, que isso seria seu fim. Ele cresceu feliz sem nenhum espelho em casa. Como o cara era realmente lindo, a mulherada toda caía de amores e ele nem tomava conhecimento e partia corações em ordem alfabética. No meio do fã clube estava a ninfa Eco, que não era um exemplo de pessoa sortuda. Zeus (sempre ele) pediu que ela distraísse Hera enquanto ele namorava escondido. Eco, conhecida por falar mais que a boca, enrolou Hera por um tempão e é claaaro que Hera descobriu tudo, ficou puta e castigou Eco condenando a ninfa a passar o resto da vida repetindo o que os outros falassem (“eco” vem daí). Eco se apaixonou perdidamente, tentou falar com Narciso, mas deu tudo errado porque ela realmente não conseguia se fazer entender (e nem ele estava mesmo interessado) e acabou numa caverna

Admeto e Alceste

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De novo aquele tio sacana do Jasão, o Pélias, falei dele ontem... Esse cara tinha uma filha chamada Alceste e ela arrumou um pretendente chamado Admeto. Admeto era o Rei de Feras, na região da Tessália, um herói argonauta e grande amigo do deus Apolo. Quando ele quis se casar com Alceste, Pélias exigiu que ele aparecesse numa carruagem puxada simultaneamente por um leão e um javali imensos (esses caras realmente não tinham nada pra fazer, gente, não é possível tanta imaginação...). Não era tarefa fácil, mas como quem tem amigos tem tu-do, Apolo ajudou e ele conseguiu o carro puxado pelas feras, dobrou o chato do Pélias e casou com a Alceste. Os dois viveram felizes e satisfeitos até mais ou menos a página oito, quando, um belo dia, ele adoeceu, foi ficando doente, doente... As Moiras apareceram avisando que o fio da vida dele seria cortado na noite seguinte, que ele deveria esperar a Morte vir buscá-lo. Apolo, mais uma vez, apareceu e convenceu as Moiras (tem uma versão que d

Atalanta e Hipomenes

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Quando Atalanta nasceu, o pai dela só queria filhos homens e a abandonou na floresta. Uma ursa apareceu e a levou para sua caverna e a criou (pensei a mesma coisa que vocês: deve ter sido a Calisto...) depois disso, um grupo de caçadores a encontrou brincando na floresta e a levou para ser criada por eles (menininha disputada). Seguidora de Ártemis, Atalanta cresceu correndo nas florestas da Arcadia, linda e atlética, tomando sol, caçando, correndo e nadando nos lagos. Quando Pélias (aquele idiota tio do Jasão, que prometeu devolver o trono se o sobrinho trouxesse o bendito tosão de ouro e depois deu pra trás) morreu, foram organizados jogos fúnebres, ela participou e venceu vários embates. Nessa época, ela reencontrou o pai e ele insistiu que ela se casasse com um homem honrado (certamente do tipo que não abandona filhas mulheres na floresta... aff), mas ela mandou o pai pastar e avisou a todos os pretendentes – que não eram poucos (porque além de linda e atlética,   a moça ti

Hera (de novo)

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Difícil achar literatura que dê conta da infância dela, mas consegui algumas pistas suficientes pra montar uma história. Hera era irmã de Zeus, e quando foi “desengolida” por Cronos (depois da Titanomaquia) foi mandada para ser criada na ilha de Elbeia por Tetis e Oceano (que tinham um casamento aparentemente estável e longevo- ela pode ter se inspirado neles). Ambiciosa desde sempre, ela passou a juventude dizendo que queria ser a rainha do céu. Um dia estava olhando uma nuvem e desejou que chovesse. Desejou muito que chovesse naquela hora (nem ela sabia que era capaz disso) mais nuvens foram se juntando e caiu uma enorme tempestade com raios que dançavam ao redor dela, mas não a atingiam. Quando a chuva passou, uma Águia a levou para o Olimpo (gente eu preciso contar que não tem UMA vez que eu não escreva Olimpio ao invés de Olimpo... hahaha). Hera era uma mulher muito bonita, mas seu gênio era tão desgraçado que só o Zeus mesmo... Uma vez, ela se juntou a outros deuse

Calisto

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Gente, juro que não é perseguição minha... eu escolho os temas das postagens super aleatoriamente (agora que já postei as que eu mais gostava). Mas toda hora aparece alguma sacanagem do Zeus... a conferir: A Calisto era uma ninfa que tinha feito voto de castidade pra poder servir no templo da Àrtemis (e é claaaro que devia servir também à própria Àrtemis, que era gay e não era boba nem nada - mas isso é fofoca minha...). Calisto era a preferida de Àrtemis, as duas viviam juntas pelas florestas e tomavam banho nuas num lago (tô falando...). Durante um desses banhos, Zeus (que não devia fazer outra coisa que não ficar caçando mulheres) se encantou por Calisto, se transformou em Ártemis e possuiu a ninfa (gente, mitologia tem hora que só pelos deuses... Um homem se metamorfoseia em mulher para fazer sexo com outra mulher e ela acaba grávida!!!). E Calisto, grávida, com o bendito voto de castidade não ia ter sossego. E aí temos duas versões: uma de que Ártemis ficou doida

Argos

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Uma versão diz que ele tinha dois olhos na face e outros dois na cabeça, outra diz que tinha o corpo coberto de olhos. A história dele é cheia de atos heróicos e UMA mancada. Adivinhem por qual atitude o infeliz ficou famoso e rodou? Zeus, em plena campanha pelo título de melhor marido, arrumou uma nova amante. Uma ninfa chamada Ió (vale registrar, se ainda não ficou claro, que as ninfas eram as periguetes da mitologia). Com a discrição habitual, ele namorava a ninfa na beira de um lago e pra Hera não ver, ele criava uma cortina de nuvens negras. Logicamente não funcionou. Hera viu os dois, Ió percebeu que Hera tinha visto e vinha em direção deles e avisou Zeus, desesperada (eu digo que o povo tem medo, mas não tem vergonha na cara...). Zeus resolve o problema transformando a amante numa vaca. Hera chega, como quem não sabe de nada, e pergunta o quê Zeus está fazendo ali na beira do lago com uma vaca. Ele desconversa, e ela pede a vaca de presente. Ele não tem como negar e

Hybris

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Já falei aqui da Hybris. Tem uma versão que diz que ela era uma deusa, a deusa da insolência, da imprudência, filha de Nix (noite). Mas ela é mais um conceito: o crime do excesso. Para Aristóteles “é o descaso que alguém tem pelos outros, ou pelos deuses, achando que pode fazer tudo o que quiser”. Aquela confiança excessiva, o orgulho exagerado, arrogância ou insolência (geralmente contra os deuses), que -frequentemente- acaba sendo punida. Essa punição vinha pelas mãos de outra filha de Nix, chamada Nêmesis que é a vingança divina personificada (que devia estar aqui agora castigando quem rouba o whats da gente). Ela era retratada com asas e segurando a roda da fortuna. A mesma roda que as Moiras usavam pra tecer o fio do destino! Isso pq a Hybris está ligada ao conceito do destino que a Moira atribui a cada um. É esse destino que determina o quanto de felicidade, desgraça, quilos extras ou chefes insuportáveis lhe cabem na vida; e aquele que comete a Hybris, está ul

AS MUSAS

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As nove filhas de Zeus e Mnemosine (ou de Urano e Gaia, em outra versão). Quando os deuses derrotaram os Titãs, pediram a Zeus que criasse seres capazes de cantar essa vitória como merecia ser cantada: divinamente. Zeus aproveitou o ensejo e se deitou com Mnemosine (que era uma Titã) por nove noites seguidas e elas nasceram (é impressionante que o serviço sujo só sobrava pro coitado do Zeus, sempre se sacrificando pelos outros...). Não é que elas eram só a inspiração das artes, da literatura e da filosofia. As Musas presidiam (adoro esse verbo) TODAS as formas de pensamento. Eram elas que acompanhavam os homens e lhes davam o dom da persuasão, serenavam as querelas e restabeleciam a paz com as palavras. Sua música fazia com que esquecessem qualquer inquietação ou sofrimento. Ciumentas (Musa insegura, alguém já tinha visto?), elas castigavam qualquer um que se metesse a tentar superar seus encantos. Uma vez, um cara da região do Trácio chamado Tâmires, que era um homem li

CASTOR E PÓLUX

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Leda era uma mortal (daquelas lindas de morrer), e era casada com Tíndaro (herdeiro do reino de Esparta). Adivinhem quem se encantou com ela e se transformou num cisne pra se aproximar enquanto ela tomava banho no rio??? Acertaram. Zeus (aquele calhorda). Claro que dali a uns meses ela teve umas dores estranhas e botou dois ovos de onde nasceram quatro crianças (cisne engravidando gente, gente botando ovo, duas crianças dentro de um ovo...eu adoro mitologia) Enfim... de um ovo nasceram Castor e Helena (aquela de Troia) e do outro, Pólux e Clitemnestra. Das quatro crianças: dois mortais – filhos de Tíndaro (Castor e Clitemnestra) e dois imortais – filhos de Zeus (Pólux e Helena). Mesmo tendo pais diferentes, Castor e Pólux eram conhecidos como Dióscuros (filhos de Zeus) e cresceram grudados, inseparáveis, melhores amigos de todas as horas. Castor amansava cavalos e Pólux era um guerreiro. Valentes, livraram a cidade do ataque de piratas, depois de um javali enorme que Afrodite env