Adeus, Anarquista.

Há pouco, morreu a Zélia Gattai. Junto com Isabel Allende, formava minha dupla de escritoras predileta, daquelas que eu comprava qualquer livro que saísse sem me importar em dar uma lida antes. A escrita delas é bem parelha, as duas escrevem sem nenhuma pretensão e eu ouvia uma voz amiga balbuciando suas linhas, a cada vez que folheava os Contos de Eva Luna ou as histórias de Zélia e Jorge. Minha mãe encontrou os dois uma noite na França e disse que foi uma das coisas mais bonitinhas que viu na vida: os dois de braços dados andando pela praça conversando e sorrindo. Eu – que sou uma anta desmemoriada – também tenho minha história com a Zélia: Onde hoje é a FNAC de Pinheiros, anteriormente era o Shopping Cultural da Ática (que eu preferia mil vezes). Lá eram realizadas as festas de entrega do Prêmio Jabuti. Numa dessas noites, o Caio foi receber o prêmio por algum autor na Rocco que estava no exterior e eu fui com ele. Tava um frio infernal. O cocktail rolava no último andar e a mulhera...