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Mostrando postagens de abril 4, 2021

Belerofonte (os piores nomes da mitologia, certamente, são os desta postagem)

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  Filho de Poseidon, e adotado por Glauco, B. fazia parte da família real do Corinto, até o dia em que, acidentalmente, ele mata o tirano da cidade. Para se purificar, era preciso a benção do rei de uma cidade próxima e ele foi a Trezena procurar o rei Preto. Numa história suuper Fedra, a esposa de Preto caiu de amores por B., que a recusou e ela, ressentida (eu falo que amor ignorado é a pior desgraça que tem...) foi dizer ao marido que o rapaz tinha tentado seduzi-la. Uma das leis mais respeitadas naquela época era a que regia a hospitalidade (até Zeus respeitava) e ele achou melhor mandar o sogro matar o assediador. Sem dizer nada a B., mandou-o ao sogro (ainda atrás da bendita purificação) e junto mandou uma carta pedindo que Iobates (seu sogro), rei da Lícia, matasse B. assim que ele chegasse na cidade. Mas Iobates também respeitava as leis da hospitalidade e preferiu mandar o visitante cumprir tarefas das quais ele certamente não sairia vivo. Matar a Quimera era uma delas, mas el

Wuthering Heights. Entre o perfume e a permanência

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  Li “O morro dos ventos Uivantes” quando era bem novinha. Dei um exemplar pra Sophia na adolescência, mas ela não achou muita graça. É um puta livro, mas não é o meu preferido desse gênero (eu sempre gostei mais dos livros da Charlotte). Mas eu sempre lembro de uma passagem onde a Catherine fala sobre o amor que ela sentia pelo Heathcliff e pelo Edgard. Pra quem não leu ou tá com a memória piscando, a grosso modo: o Heathcliff foi criado com ela, era um cara meio selvagem, instintivo e pobretão (mas sempre foi o amor da vida dela). O Edgar era o vizinho riiiico, educado e polido. Ela era louca pelo Heathcliff, mas se casou com o Edgar. Claro que depois de casada ela passa a se perguntar se fez a escolha certa optando pela segurança em detrimento do amor, mas os tempos eram outros e não tinha como voltar atrás. Pensando nisso tudo, ela fala que há dois tipos de amor: um que funciona como as raízes de uma árvore, garantem que ela viva, são responsáveis pela permanência dela no

Prometeu, Pandora e quando a esperança vira uma roubada

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  Eu já contei a história do Prometeu acorrentado aqui antes, mas quero falar outra coisa, de outro recorte (pra dar uma pegada mais acadêmica...haha). Prometeu foi castigado por ter entregado aos homens o segredo do Fogo (que devia ficar restrito aos deuses). O Fogo traz, em si a técnica. A técnica é a vantagem suprema que faz com que homens sejam superiores aos animais, aos outros homens e através do fogo foi dado o start geral no aprimoramento da categoria. A técnica aproxima os homens de Deus, que – em sua arrogância- esquecem sua condição mortal e saem arriscando e cometendo hybris (que eu também já expliquei aqui). Bom, lá se foi Prometeu pro Monte Cáucaso servir o próprio fígado de aperitivo noturno eterno a um abutre sem restrições alimentares... Esse foi o castigo reservado a um deus que traiu o Olimpo. Mas a humanidade também foi castigada com Pandora e a bendita caixa com os males do mundo. Na caixa, a guerra, a peste, os vícios, a mentira, a velhice, o trabalho (Pandora