E se de repente a gente não sentisse a dor que a gente finge e sente, se de repente a gente distraísse o ferro do suplício?

Sabe o que acontece comigo? Eu sou uma pisciana mimada e chata. Estou brigando com a sombra há três dias, tudo por conta das duas Damas da Noite do meu quintal que morreram depois de seguidos ataques de brocas. O Caio lá fora podando, serrando e arrancando as duas e eu chorando e soluçando, de pijama no banco do quintal. Ai que merda. Não me conformo. O Caio fez o canteiro e plantou a primeira de presente de aniversário quando fiz 28 anos e a segunda era uma muda da primeira que eu plantei. Não vou mais chorar por conta dessas brocas malditas. Pelo menos elas não comeram o pinheiro, o manacá, o fícus e as alamandas. Mas vou choramingar derradeiramente que as damas da noite eram minhas preferidas e que quando a Gi estiver aqui, vai deitar na rede que antes ficava sobre uma delas e agora está meio sob o manacá e meio a céu aberto. Tenho todas as letras do Chico Buarque e admito que tenho algum ciúme quando vejo alguma pérola dele (que não as letrinhas de sucessos batidos que povoam diári...