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Mostrando postagens de maio 28, 2023

O voto de Minerva

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Tava aqui planejando escrever sobre as Fúrias (Erínias), mas já escrevi aqui . Mas tem um detalhe importante nessa história que eu não contei:o voto de Minerva. Na volta da Gerra de Troia, Agamenon foi morto por Clitemnestra. Eles tinham dois filhos: Electra e Orestes. Orestes (com aquele movimento deles de vingar uma morte com outra), decide matar a mão. E aqui, há quem diga que foi uma ordem de Apolo e quem diga que foi um consentimento do deus. E Orestes resolve a parada. Ela bem que tentou fazer o filho desistir, mostrando os seios pra ele, com o argumento de que ela o havia amamentado... (que ideia, meu Pai). Além disso, ela e o amante Egisto, estavam bem mais interessados nos bens do Agamenon e bem pouco dispostos a dividi-los com os filhos (a mulher não era nenhuma santa). (Não tem um mísero santo nessa história). Só que os crimes de morte de gente do mesmo sangue eram o prato preferido das Erínias, que vieram pra cima de Orestes com a potência habitual. Orestes, que tinha pe

Shakespeare, Pégaso e a Páscoa

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Lear, rei da Bretanha, resolve passar o trono adiante e, pra decidir como fazer a divisão, pede que as filhas expressem toooodo o amor e gratidão que sentem pelo vaidoso pai. As duas mais velhas (Goneril e Regan) se derretem em adulações e promessas, enquanto a mais nova, Cordélia diz algo como “meu amor é silencioso e autêntico, não vou enganá-lo”. Convencido de que amor bom é o amor que reluz, Lear trata de expulsar Cordélia do Reino, sem herança nem boa noite. Ele monta um esquema de previdência que inclui cem servos e outras benesses (que as filhas aceitam sem piscar) e entrega a coroa. É claro que as duas, rapidamente, cansam de adular um cara que nem é mais rei e mandam Lear plantar batatas. Ele acaba enlouquecido, acompanhado do bobo e de Edgard (filho ilegítimo de um dos nobres do reino - aqui temos tramas paralelas muito boas, mas complicadas). Cordelia o encontra e o perdoa, como era de se esperar. As irmãs já tinham armado pra Cordélia- que morre enforcada. Lear morre lo

O maior idiota da Grécia

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Agamenon era Rei de Micenas e irmão de Menelau (de quem Paris tirou Helena). “Tirou”, pq acho que o mito de que ela tenha se apaixonado por ele (coisa da Afrodite, pagando a promessa) e o seguido pra Troia por vontade própria faz muuuito mais sentido. No começo da Guerra de Troia, os navios estão empacados esperando o bom humor da Deusa e o oráculo avisa que pra isso acontecer, vai ser preciso o sacrifício da filha do Agamenon. Ele, tranquilamente, manda chamar a menina (Ifigenia) e a mãe (Clitemnestra), mentindo que estão vindo pro casamento dela com Aquiles; e a cabeça da menina é separada do resto do corpo numa pedra, na frente da mãe, aterrorizada. Os ventos voltam e os navios partem. (Tem uma versão de que, nesse exato momento, ela é salva por Ártemis, que coloca uma corça pra ser decapitada em seu lugar- mas de qualquer maneira ninguéma mais sabe dela depois disso). Agamenon resolve tomar uma concubina (eles costumavam pegar escravas como concubinas quando estavam longe de casa

Pasifae, Minos e o Minotauro

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Pasifae era irmã de Circe. Filha de Helios (deus do Sol) e de uma ninfa chamada Perseis; tinha outros dois irmãos, o Perses e o Aietes, que era rei da Colquida e pai da Medeia. Ela casou com Minos, rei de Creta. Minos era filho de Zeus e deve ter puxado do pai o hábito de esticar o olho pra outras mulheres e deixar a sua em casa, furiosa. Pasifae, de uma família de bruxas - por isso abri o texto lembrando que ela era irmã de Circe e tia da Medeia – tratou de resolver o problema fazendo com que Minos passasse a ejacular cobras e escorpiões em suas amantes. Isso diminuiu rapidamente a popularidade amorosa do Rei e acabou com a dor de cabeça de Pasifae. Quando Minos assumiu o trono, quis provar pros irmãos que ele era o escolhido pelos deuses e eles não deveriam reivindicar nada em Creta. Pra garantir isso, ele pediu a Posseidon que mandasse do mar um touro divino e prometeu sacrificá-lo a Posseidon logo em seguida, como prova de agradecimento e lealdade. Mas é claaaro que assim que ele

Teseu e Ariadne

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Já escrevi sobre Teseu aqui (filho do rei Egeu, também provável filho de Posseidom com princesa Aitra). Ele conheceu Egeu quando já tinha 16 anos e tratou de ir mostrar serviço se voluntariando pra enfrentar o Minotauro. O Minotauro vivia em Creta e jovens eram sacrificados a ele de tempos em tempos (entregues no labirinto, de onde jamais voltavam). Eu implico (é a minha natureza, gente), mas ele estava bem-intencionado sim. Pra pegar o monstro do reino do rei Minos, Teseu teve a ajuda da filha do rei, a Ariadne, que deu a ele o tal fio que ele usou pra achar a saída do labirinto. Não era um fio qualquer, era um fio que achava caminhos. E ela ofereceu ajuda em troca de se casar com ele, que aceitou sem piscar. Labirinto vai, labirinto vem, Teseu mata o Minotauro, pega Ariadne (que está se achando imprescindível nessa vitória, certamente) e parte. No caminho, faz uma parada da ilha de Naxos, onde eles têm a primeira noite de amor. Quando Ariadne acorda, não tem mais Teseu, nem barco

Sócrates & Antígona e os brasileiros

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Sócrates era um filósofo diferente. Foi artesão e militar (lutou na Guerra do Peloponeso). Andava por Atenas e falava com quem quisesse ouvir. Era dele a máxima “só sei que nada sei”. Claro que um cara ponderado, sábio e com capacidade de influenciar as pessoas logo virou um enorme incômodo e ele foi acusado de ateísmo e corrupção de menores. Sócrates foi condenado por um juri de 501 cidadãos atenienses. Ele podia escolher o exílio, o pagamento de uma multa ou a pena de morte. Pra ele, qualquer apelação significava aceitar as acusações e ele preferiu a morte. Ele bebeu cicuta, se lavou como indicaram, deitou para que o veneno fizesse efeito direito e morreu como esperado. Antígona era fruto da união incestuosa de Édipo e Jocasta. Dois irmãos de Antígona haviam morrido numa Guerra recente e apenas um deles, que defendia o trono de Creonte (seu tio) recebera a autorização para honras fúnebres. O outro irmão lutara contra Creonte e não lhe foram concedidas as honras. Naquela época, morr

Os sete contra Tebas

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Édipo e Jocasta tiveram quatro filhos: Polinice, Etéocles, Antígona e Ismene. Depois que Jocasta se suicidou e Édipo foi exilado por Creonte (que carimbou o passaporte do cunhado/sobrinho pra fora de Tebas), Polinice e Etéocles combinaram de alternar o trono. Maaas, quando chega a vez de Etéocles (imão mais novo é fogo, gente) passar o bastão pro irmão, ele se recusa, os dois brigam e Polinice leva a pior e acaba se refugiando em Argos, chorando no ombro amigo do Rei Adrasto. Polinice se casa com Árgia, princesa de Argos. Adrasto promete ajudá-lo a recuperar seu lugar de direito. Com eles, mais cinco chefes guerreiros seguiram cheios de sangue nos olhos pros portões de Tebas. Na mesma época, Tideu baixa em Argos depois de matar o irmão “meio sem querer” (coincidentemente depois de o oráculo dizer que o irmão o mataria) e acaba destronado. Argos dá a outra filha em casamento pro Tideu, também promete que o ajudaria a recuperar o trono e lá vai ele pra Tebas junto com os outros caras.

Heródoto & Cambises

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Heródoto é conhecido como o Pai da História (embora haja quem considere as versões dele meio enviesadas), o cara escreveu sobre a invasão persa na Grécia no século V a.C. E se hoje – janeiro de 2022- estamos aqui falando dele é por justo mérito. Ele defendia os princípios gregos que deixavam claro que a única possibilidade de triunfo vinha através do equilíbrio. Segundo eles, excessos e desequilíbrio são a receita infalível pro fracasso. Heródoto conta uma história pouco conhecida (na verdade, mais famosa pelos quadros que se inspiraram nela): O Julgamento de Cambises (a imagem que eu uso neste post é uma pintura do Gerard David). Cambises era um rei persa do século VI a.C. Não sabemos como, mas ele descobre que o Juiz Supremo da Corte Persa, um cara chamado Sisamnes, tinha recebido dinheiro pra alterar uma sentença. Como um bom rei persa, Cambises nem pensa duas vezes e manda esfolar Sisamnes (os persas gostavam desse tipo de procedimento dermatológico...). Logicamente a pele foi a