Hades, Caronte e o negócio da morte na Mitologia

 



Um belo dia, as Moiras cortavam o fio da sua vida e Tânato (Deus da Morte, já falamos dele) vinha te buscar (o dia preferido dele pra arrebatar vidas é 21 de agosto). Você morria e, ao ser sepultado, seus parentes colocavam uma moeda na sua boca ( a primeira banda do Gregório chamava “A Coin for the Ferryman”). Essa moeda era chamada de óbolo, e servia para pagar Caronte, o barqueiro de Hades, que levava as almas (depois de remunerado) pelos rios Estige e Aqueronte (rio do infortúnio), que faziam a fronteira entre os mundos dos vivos e dos mortos. Chegando nos portões do submundo, estava Cérbero, o cão de três cabeças de Hades, que não fazia mal a quem chegava, mas não tinha a mesma simpatia com quem tentava voltar. Aqueles que não tinham recebido a moeda de seus parentes, ou não tinham sido sepultados, não eram transportados e passavam a eternidade observando Caronte trazendo as almas, além disso, podiam ir e vir do submundo. Essas almas perdidas eram um dos maiores terrores dos vivos e por isso, normalmente quem morria recebia uma moeda e um sepultamento, just in case... (ninguém merece uma assombração te perturbando por tão pouco).

No submundo, as almas eram julgadas pelos três juízes de Hades (que ficava sentado em seu trono, observando, soberaníssimo): Eaco (o piedoso), Radamanto (o severo) e Minos (que tinha a palavra final. E é esse mesmo que você pensou: o Rei da História do Minotauro). Eles decidiam pra onde a alma ia: os santinhos iam pros Campos Elíseos (versão deles pro Paraíso), as pragas seguiam direto pro Tártaro com suas chamas eternas, e quem não tinha feito nada que valesse uma condenação ou a salvação, ganhava uma passagem de ida pra Asfódelos, o limbo, onde você passava a eternidade num tédio miserável e desesperador. Esse julgamento era aprovado por Hades e ninguém, nem Zeus podia interferir nisso.  

Lidar com a Morte é quase impossível. É difícil demais não acreditar em nada, nem que sua avó e teu senador vão te dar as dicas locais, ou que o Caronte vai fazer um caminho mais fácil, ou seja lá o que alentar tua alma nessa hora. Acreditar é fundamental, é um privilégio imenso.

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