Pasifae, Minos e o Minotauro

Pasifae era irmã de Circe. Filha de Helios (deus do Sol) e de uma ninfa chamada Perseis; tinha outros dois irmãos, o Perses e o Aietes, que era rei da Colquida e pai da Medeia. Ela casou com Minos, rei de Creta. Minos era filho de Zeus e deve ter puxado do pai o hábito de esticar o olho pra outras mulheres e deixar a sua em casa, furiosa. Pasifae, de uma família de bruxas - por isso abri o texto lembrando que ela era irmã de Circe e tia da Medeia – tratou de resolver o problema fazendo com que Minos passasse a ejacular cobras e escorpiões em suas amantes. Isso diminuiu rapidamente a popularidade amorosa do Rei e acabou com a dor de cabeça de Pasifae. Quando Minos assumiu o trono, quis provar pros irmãos que ele era o escolhido pelos deuses e eles não deveriam reivindicar nada em Creta. Pra garantir isso, ele pediu a Posseidon que mandasse do mar um touro divino e prometeu sacrificá-lo a Posseidon logo em seguida, como prova de agradecimento e lealdade. Mas é claaaro que assim que ele bateu o olho naquele animal perfeito, preferiu guardá-lo em seu rebanho e deixou Posseidon chupando o dedo. Não foi uma boa ideia. A vingança de Posseidon foi deveras criativa: ele fez com que Pasifae se apaixonasse loucamente pelo touro. E a mulher não sossegou enquanto não consumou a paixão com o pobre do bicho. Pra isso, ela chamou Dédalo – que era um inventor que estava exilado em Creta e trabalhava pra Minos – e pediu a ele que fizesse uma engenhoca que simulasse uma novilha e onde Pasifae se encaixasse e as coisas acontecessem, enfim... As coisas aconteceram e ela engravidou do Touro e pariu o Minotauro... Não vou entrar aqui na história do Minotauro nem na do Dédalo, pq estamos tratando da Pasifae e eles podem esperar. É interessante pensar como uma feiticeira poderosa, a grande rainha de Creta acabou enroscada, enredada no roteiro da história de gente com quem ela se envolveu, mesmo sem fazer a menor ideia do que se tratava. Isso acontece com a gente todo o santo dia. É uma condenação e uma salvação, porque as histórias que cruzam com as nossas podem derrubar ou levantar. Mas aí é que entra a grande sacada: a gente vai se deixar afundar? Nãããão, né?

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