Prometeu, Pandora e quando a esperança vira uma roubada

 



Eu já contei a história do Prometeu acorrentado aqui antes, mas quero falar outra coisa, de outro recorte (pra dar uma pegada mais acadêmica...haha). Prometeu foi castigado por ter entregado aos homens o segredo do Fogo (que devia ficar restrito aos deuses). O Fogo traz, em si a técnica. A técnica é a vantagem suprema que faz com que homens sejam superiores aos animais, aos outros homens e através do fogo foi dado o start geral no aprimoramento da categoria. A técnica aproxima os homens de Deus, que – em sua arrogância- esquecem sua condição mortal e saem arriscando e cometendo hybris (que eu também já expliquei aqui). Bom, lá se foi Prometeu pro Monte Cáucaso servir o próprio fígado de aperitivo noturno eterno a um abutre sem restrições alimentares... Esse foi o castigo reservado a um deus que traiu o Olimpo.

Mas a humanidade também foi castigada com Pandora e a bendita caixa com os males do mundo. Na caixa, a guerra, a peste, os vícios, a mentira, a velhice, o trabalho (Pandora, sua desgraçada) ... e a esperança. Nesse contexto a esperança também era uma má ideia, cheia de ambivalência a esperança traz a expectativa (sua sombra negra terrível) e a expectativa serve pra que? Pra ser frustrada, pra deixar a gente na mão. Como manter a esperança sem que ela vire um caminhão de expectativas pronto a descarregar seu peso na cabeça da gente?? Por que manter a esperança faz a gente manter a saúde mental e baixar as expectativas também. A resposta é difícil, mas é um exercício interessante e que dá pra ir fazendo nas pequenas coisas a partir de já.

A consciência não se engana, ela é aquela voz que avisa: isso tá certo, isso tá errado, mas a gente insiste em não ouvir, quando não convém...

Silenciar os macaquinhos que vivem na cabeça da gente e ouvir a consciência e dar tamanho ao que merece, ao que compensa. Bora tentar?

Boa semana, gente

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