Hécuba
No cerco de Troia, Príamo mandou Polidoro (com grande parte do tesouro da cidade) para ser protegido pelo Rei Polimnestor. Assim que a Guerra acabou, Polimnestor matou o menino friamente, jogou seu corpo no mar, guardou o tesouro e tocou a vida.
Na divisão dos despojos de Troia, as mulheres foram escravizadas. Hécuba tinha perdido a cidade, o marido, os filhos e visto todas as filhas serem entregues como escravas a gregos pouco dispostos a respeitá-las minimamente. Só lhe sobrou a esperança de Polidoro, protegido por Polimnestor.
Ela foi destinada a Ulisses, e quando estava para embarcar com ele para Ítaca, as ondas trouxeram o corpo de Polidoro e ela entendeu o que havia acontecido. Pediu às servas que chamassem Polimnestor, e dissessem a ele que ela queria dizer onde estavam escondidos os últimos tesouros de Troia. Ele acreditou e veio acompanhado dos filhos. Com a ajuda das servas, ela lhe arrancou os olhos e matou seus filhos. Com isso, Hécuba foi punida sendo apedrejada até a morte.
É muito triste. Não sobrou nada a ela. Ulisses (que era um cara bastante razoável, mandou jogar o filho de Heitor – um bebê – do alto de um penhasco, para ele não crescer e querer vingar a morte do Pai), e foi a Ulisses que ela foi entregue...
Hécuba não chorava, não se lamentava, ela seguia. Ela fez tudo que lhe coube e se vingou sabendo que seria a última coisa que faria.
Em #milnaviosparatroia, a autora narra a história das mulheres de Troia. Hécuba, principalmente. É maravilhoso.
Hoje vi uma entrevista da @oficialfernandatorres , dizendo que a mãe a ensinou que determinadas personagens não choram. Não lhes cabe sofrer com choro e lamentação, como Hécuba jamais faria. Foi assim que ela construiu a personagem da Eunice.
Não é maravilhoso quando a pessoa entende a essência das coisas?
(na imagem, Hécuba cegando Polimnestor – de Giuseppe Crespi)
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