A vida não é sonho

Quem me conhece sabe o quanto eu ligo pra que está e ou não está na moda... mas o fato é que fiz uma pauta essa semana sobre a febre japonesa das hime gyarus.
São meninas que vivem, se vestem e se comportam como princesas, com cabelão, lacinhos, cílios postiços e tiaras.
A história está repleta de Brancas de Neve e Auroras que pouco fizeram pelo próprio destino, que não sofrer e suspirar; mas também temos a Jasmim e a Bela, que cultivavam sonhos de independência e conquista que extrapolavam os jardins dos palácios. A primeira desafiou o pai e a tradição numa sociedade hermética, para escolher o próprio companheiro e a segunda, lia e pensava por si só!
As meninas que fazem a linha princesa, hime gyarus, não trabalham - já que trabalhar cansa; e escolheram uma fragilidade ridícula que é garantia de doses cavalares de antidepressivos (ou coisa muito pior) no futuro.
Dependem de namorados como as bisavós dependiam dos maridos e plantam um destino acorrentado e servil. Pra um homem que acabou de chegar, pode ser até divertido carregar e prover aquela coisinha frágil e delicada que inspira tanta proteção, mas qualquer idiota sabe que isso, em médio prazo, cansa. Ou que quando chegar a hora de ele precisar de uma companheira de verdade e ouvir um monte de gemidos e "isso eu não sei" ou "eu não consiiigo" vê a roubada em que se meteu, e larga a mala no primeiro achados e perdidos.
Esse tipo de mulher chega aos quarenta sozinha, e assim permanece.
Ser princesa, também pode significar ser dona de uma delicadeza ímpar junto com uma inteligência que dispense a obrigatoriedade de príncipes e cavalos brancos. Uma menina tem que ser capaz de dar conta da própria vida, tem que saber fazer o que é preciso que se faça pra viver por conta própria, e chegar inteira no fim do percurso. Tem que ler o livro até o fim e agüentar a barra da vida sem maquiagem.
Todo mundo espera que sua filha não precise lançar mão desse tipo de força. Até eu, que não sou boba, não me importaria que a história da Sophia fosse só tranqüilidade e segurança. Mas não é assim que a vida funciona e é preciso muito cuidado antes de se criar ou tornar uma princesa inútil e meramente decorativa.
Princesa? Quero uma!
ResponderExcluirPensando bem... depois de um tempo deve enjoar mesmo
Tá bom, esquece. Continuo solitário e deprimido, o que vier é lucro. Logo passa
Ok, esse nao é um momento propício para fazer comentários. Hora de ler o post abaixo
Bjos!
Eu acho q as mulheres que são seguras de si e que não têm medo da vida, podem se dar ao luxo de serem princesas, de vez em quando. Elas sabem exatamente a hora de volta à vida real e dependem só de si mesmas pra ir à luta.
ResponderExcluirAdorei o post!
Beijinhos e amores!
Coitadas das japonesas, acho que só elas hoje em dia acreditam em contos de fadas.
ResponderExcluirUma princesa de verdade tem que estar preparada para um dia ser rainha. E rainhas não são coisas frágeis, são soberanas... Acho bacana o estilo feminino e delicado como contraponto do estilo masculinizado de mulher bem sucedida, zé-cutiva urbana. Mas é legal elas cairem na real, mesmo. E terem sempre em mente que uma princesa só o é enquanto a primavera da juventude permitir, né? Bjs... Adorei o tema.
ResponderExcluirQue coisa mai bizarra essa modinha,eu heim...Se princesa também tráz responsabiidade,se não pode dar conta delas que passem o cargo para outra.
ResponderExcluirbeeeijo
Eu achei muito legal o post, e não imaginava algo assim. Como tantas outras coisas que vamos descobrindo e aprendendo ao longo do tempo. Concordo com tudo o que foi dito aí em cima, e não tenho o que acrescentar. Só fico me perguntando uma coisa: por que será que o Japão é terra tão fértil para manias e modas? Será o confronto da cultura tão rígida com o fato de ter se tornado a segunda economia do mundo em tão pouco tempo? Ou quem sabe o efeito de tanta gente numa área tão pequena, com as características que todos conhecemos? Sei lá... essa coisa me intrigou um pouco, talvez porque sempre vejo ou leio algo assim sobre os jovens japoneses...
ResponderExcluirVocê tem uma filha linda. Uma princesa... no sentido mais brando e 'família' da palavra. A melhor parte do post é tua consciência em relação a ela.
ResponderExcluirTua princesa, sob tua batuta (por enquanto), há de ler o livro até o fim.
Beijocas reais
O pior é que, embora princesas, o príncipe-salvador pode virar sapo depois do beijo, ahahah! ai sim elas vão ter que procurar outro personagem, a bruxa quem sabe?!?!!?!!
ResponderExcluirAdoro vc escrevendo sobre as mulheres. Teu talento grita, só isso!
ResponderExcluirbeijão
Tom
eu e a Mia somos princesas ... e nem eu e nem a ela fazemos essas coisas de princesas inúteis, pra mim princesa é a Ariel ! haha .
ResponderExcluirPrincesa tem que ser aquela menina diferente do que todo mundo espera, sem perder o " miminho " e a "princezice " e o " delicadume " que toda menina deve ter :)
eu e a Mia somos assim, por isso somos princesas natas !
te amo mamãe cabeça dura :*