Vascolejando o léxico.

Palavras.
A fonte maior.
Não fossem elas, e a arte de usar cada uma em um devido lugar e ordem, que graça teria a gente se meter a escrever?
Mas há algumas que a gente não pode mais usar.
Um autor nosso, mandou um original pra eu revisar, cheio de entidades.
Tive que substituir cada uma e mandar uma ressalva ao coitado, pedindo pra esquecer as ditas cujas.
Entidade perdeu completamente o significado de pessoa jurídica e de qualidade excepcional, para virar santo baixado em alguma coisa ou alguém.
As entidades, antes conceituadas, agora estão condenadas às mesas brancas e terreiros em geral.
Irmão e irmã (irmãozinho e irmãzinha), viraram propriedade dos evangélicos, que se apropriaram não só da palavra mas do sentido. Usurparam até o termo Senhor Jesus; que hoje remonta diretamente às chatas de saias azul marinho que tentam fazer lavagem cerebral de porta em porta. Ai que raiva.
Graças ás legendas e dublagens mal traduzidas, vadiar virou prostituir-se.
Minha bisavó tinha uma arara, e se referia a ela como animal maneiro (de vir comer na mão), maneiro hoje só serve pra texto da Malhação com aquele insuportável sotaque carioca.
Tem aquelas com as quais a gente implica: eu odeio a palavra escroto, não falo e me arrepio só de escrever.
A Sophia, quando era pequena, não podia ouvir babaca.
Não fossem elas, e a arte de usar cada uma em um devido lugar e ordem, que graça teria a gente se meter a escrever?
Mas há algumas que a gente não pode mais usar.
Um autor nosso, mandou um original pra eu revisar, cheio de entidades.
Tive que substituir cada uma e mandar uma ressalva ao coitado, pedindo pra esquecer as ditas cujas.
Entidade perdeu completamente o significado de pessoa jurídica e de qualidade excepcional, para virar santo baixado em alguma coisa ou alguém.
As entidades, antes conceituadas, agora estão condenadas às mesas brancas e terreiros em geral.
Irmão e irmã (irmãozinho e irmãzinha), viraram propriedade dos evangélicos, que se apropriaram não só da palavra mas do sentido. Usurparam até o termo Senhor Jesus; que hoje remonta diretamente às chatas de saias azul marinho que tentam fazer lavagem cerebral de porta em porta. Ai que raiva.
Graças ás legendas e dublagens mal traduzidas, vadiar virou prostituir-se.
Minha bisavó tinha uma arara, e se referia a ela como animal maneiro (de vir comer na mão), maneiro hoje só serve pra texto da Malhação com aquele insuportável sotaque carioca.
Tem aquelas com as quais a gente implica: eu odeio a palavra escroto, não falo e me arrepio só de escrever.
A Sophia, quando era pequena, não podia ouvir babaca.
E tem as que a gente inventa. Essas são ótimas! Eu sou (junto com a Gianna) criadora e usuária contumaz da terminação ura.
Muito bonito é uma bonitura.
Muito chato é uma chatura.
E por aí vai ...
Diminutivo de nuvem? Nuvinha!
A Sophia inventou a fofuce.
Quem é fofo faz fofuces.
Eu escrevo pra uma revista adolescente, e como tal, uso e abuso do óóótemo, muuuuuuuito e supermegamulti... É uma delícia escrever assim!
É preciso alguma intimidade e liberdade pra poder brincar com as palavras.
Palavras têm (esse acento vai dançar após a próxima reforma gramatical – que merda) o poder de enlevar ou derrubar vertiginosamente o escrevente ou escritor.
O termo “escolhendo as palavras” confere cautela, mostra preocupação com o conteúdo; é o máximo! Todos deviam escolher bem as palavras.
O termo “escolhendo as palavras” confere cautela, mostra preocupação com o conteúdo; é o máximo! Todos deviam escolher bem as palavras.
O Caetano é mestre em brincar com elas e desenterrar algumas esquecidas (como quando chamou a vida de tacanha na música tema de Tieta). O Chico também domina, mas o Caetano como criador infinitamente mais pop, cumpre essa função de desempoeirar o léxico!
Crista do desejo o destino deslinda-se em beleza: Outras palavras
Adoro sublinhar, enfatizar, e trabalhar com elas.
Grande amigas as palavras.
Adoro sublinhar, enfatizar, e trabalhar com elas.
Grande amigas as palavras.
beijinho pra Tânia Sandroni, que inspira o cuidado com o texto e a paixão pela palavra bem escolhida.
Você, como boa jornalista que é, tem o total domínio das palavras e escreve tão gostoso que a gente não para de ler até o ponto final do texto. São poucas as pessoas abençoadas assim, eu conheço duas: você e o nosso amigo querido, Geraldo Anhaia Mello. Intimidade e liberdade pra poder brincar com as palavras vocês têm de sobra! Que sorte a minha!
ResponderExcluirQuem pode pode.
ResponderExcluirA gente chega a ter inveja de tanto talento. Mas é mais admiração que talento.
Muito mais!!
Ai Elaine, não aguento mais comentar que adoro seus textos, mas....não tenho como dizer outra coisa.
ResponderExcluirAdoro cada palavra e acho tudo uma fofuce!
Beijos e saudades
Eu também invento palavras... =]
ResponderExcluirMuito bonito é bonitesa
Muito chato é chatonildo
e por aí vai o meu vocabulário =]
Estilo & Inteligência.
ResponderExcluirVocê vicia a gente Elaine.
Adorei a bisa que falava animal maneiro.
ResponderExcluirPara minha vó, certas coisas eram muito cacetes, que caceteação...
Adorei
Beijos
Reco